Antes de reunião com presidente, Taques diz esperar que Dilma se manifeste sobre suposta delação de Delcídio

Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto

Minutos antes de embarcar para Brasília (DF), na noite de quinta-feira, 3, o governador Pedro Taques (PSDB) afirmou esperar uma manifestação da presidente Dilma Rousseff (PT) sobre a suposta delação do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), que implicam diretamente ela e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos escândalos investigados na Operação Lava Jato.

“A situação é grave. A presidente Dilma convocou reunião às 15h de sexta. Vou junto com os governadores do Fórum Brasil Central. Espero que ela se manifeste sobre tudo o que está acontecendo”, disse o governador, na saída do evento de comemoração dos 50 anos da Casa Civil e da Casa Militar de Mato Grosso, realizado no Cenarium Rural.

Taques se encontrará com Dilma às 15h desta sexta-feira, 4, no Palácio do Planalto, onde será discutida uma proposta de alongar o prazo para o pagamento da dívida dos Estados com a União. Antes disso, em Goiânia-GO, Taques se reunirá com os membros do Fórum Brasil Central.

A delação de Delcídio, que ainda não foi homologada, foi divulgada com exclusividade pela Revista IstoÉ. Em cerca de 400 páginas, ele detalha a ação decisiva da presidente Dilma Rousseff para manter na Petrobrás os diretores que estariam comprometidos com esquemas de corrupção, o quanto Lula sabia sobre as propinas naquela estatal, detalhes de esquemas vindos desde o Mensalão e de como houve uma tentativa de calar testemunhas e aparelhar politicamente o Superior Tribunal de Justiça.

Operação Lava-Jato

Na manhã de hoje, 4, a Polícia Federal desencadeou a 24ª fase da Operação Lava-Jato e cumpre ordens judiciais na casa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São Bernardo do Campo, e em outros pontos em São Paulo, no Rio de Janeiro e na Bahia. O Instituto Lula também é alvo da ação da PF.

O ex-presidente é alvo de um dos mandados de condução coercitiva e será levado para prestar esclarecimentos. Ao todo, de acordo com a Polícia Federal, foram expedidos 44 mandados judiciais, sendo 33 de busca e apreensão e 11 de condução coercitiva - quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento.