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Sábado - 09 de Julho de 2016 às 07:49
Por: Diário de Cuiabá

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Com as obras do VLT, a dívida com a Caixa Econômica é de R$ 1,18 bilhão. Governador Pedro Taques quer renegociar
Com as obras do VLT, a dívida com a Caixa Econômica é de R$ 1,18 bilhão. Governador Pedro Taques quer renegociar

Cuiabá foi a cidade-sede do Mundial de 2014 que mais contraiu empréstimos para as obras da Copa: R$ 1,575 bilhão. A segunda foi Belo Horizonte (R$ 1,345 bilhão) e a terceira foi Recife (R$ 1,358 bilhão). Das 12 cidades, a que menos emprestou dinheiro de órgãos ligados ao governo federal foi Brasília, com R$ 98 milhões. 


O presidente interino Michel Temer já determinou os estudos para a renegociação das dívidas contraídas pelos estados para as obras da Copa, pedido feito pelo governador Pedro Taques (PSDB) na reunião do presidente com os governadores no dia 20 de junho, em Brasília.

Mato Grosso quer renegociar duas dívidas: a primeira é junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e é de R$ 392,95 milhões, referente à obra da Arena Pantanal e a segunda é de R$ 1,182 bilhão, liberados pela Caixa Econômica Federal para as obras do VLT Cuiabá-Várzea Grande.

No BNDES, onde dez dos 12 estados que tiveram cidades-sede da Copa tomaram recursos para reformar e construir estádios foram emprestados, segundo dados da instituição, R$ 4,1 bilhões dentro do ProCopa Arenas. Rio de Janeiro, Pernambuco e Amazonas, por exemplo, receberam R$ 400 milhões cada um. Mato Grosso utilizou R$ 392,95 milhões para erguer a Arena Pantanal.

Segundo integrantes da área econômica, no entanto, a renegociação desses débitos não será tarefa fácil. A principal resistência vem do próprio BNDES, que não quer alongar dívidas para obras que ainda estão cercadas de problemas jurídicos. Muitos dos estádios da Copa de 2014 foram alvo de investigação e questionamento do Tribunal de Contas da União (TCU). “O BNDES está firme nessa posição”, afirmou um integrante da área econômica ouvido pelo Diário.

Outro problema está no fato de que, em alguns estados, os empréstimos para as arenas da Copa foram tomados por entes privados. É o caso, por exemplo, de Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul. Os técnicos do governo acham pouco provável que se possa incluir em uma negociação com os governos estaduais operações que envolvem empresas privadas. O valor tomado junto ao BNDES nesses financiamentos, especificamente, chegou a R$ 888 milhões.

“Os técnicos do Tesouro utilizaram, especificamente, o exemplo do Itaquerão, em São Paulo, construído pelo Corinthians. O benefício jamais poderia ser estendido a esse tipo de obra. O alongamento teria de ser para alguns estádios, e isso geraria um desgaste muito grande”, afirmou o técnico do governo.

Já na Caixa Econômica Federal, onde a dívida das 12 cidades-sede chega a 4,9 bilhões, os recursos foram usados para mobilidade urbana e Cuiabá foi a cidade que mais usou estes recursos, tendo recebido R$ 1,18 bilhão para o VLT. Depois de Cuiabá, a cidade que mais recebeu foi Belo Horizonte, com R$ 945,2 milhões.

Segundo a assessoria de comunicação da Caixa, em Brasília, os estudos pedidos pelo presidente interino Michel Temer ainda estão sendo feitos e, no momento, a instituição não iria comentar sobre o assunto.

No acordo selado com Temer no mês passado, os estados conseguiram alongar suas dívidas com a União por 20 anos, com seis meses de carência total. Financiamentos de cinco linhas do BNDES também entraram no acerto, mas nenhum relativo à Copa do Mundo. Os débitos com o banco de fomento foram alongados por dez anos, com quatro de carência.

Integrantes da equipe econômica relatam que a demanda por alongar dívidas da Copa vem, principalmente, de Mato Grosso e estados do Nordeste. Na reunião com Michel Temer, o governador de Mato Grosso, Pedro Taques, disse que os estados haviam sido compelidos a sediar a Copa e que, como estavam sendo solidários aos problemas do Rio com as Olimpíadas, também mereciam um tratamento diferenciado.

O próprio presidente Temer, no entanto, fez um aceno positivo: “Eu penso que logo poderei chamar os estados, especialmente aqueles onde se verificou a construção de estádios para a Copa do Mundo, para eventualmente renegociar”. 





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