Caseiro que confessou crime teria furtado mais de R$ 1 mi em gado Delegado Gutemberg de Lucena diz que valor exato do furto ainda está sendo investigado
A Polícia Civil estima que o suspeito que confessou ter matado dois procuradores estaduais em uma fazenda em Vila Rica (1.259 km a Nordeste de Cuiabá) tenha causado um prejuízo de aproximadamente R$ 1 milhão às vítimas.
A informação foi dada ao MidiaNews pelo delegado que investiga o caso, Gutemberg de Lucena.
O caseiro José Bonfim Alves de Santana, preso desde o dia 13 de setembro, confessou à Polícia que matou os procuradores Saint-Clair Martins Souto e Saint-Clair Diniz Martins Souto, pai e filho.
Continuaremos nessa linha de investigação patrimonial para saber quanto realmente foi desviado
A motivação do crime ainda não é clara. No entanto, o suspeito afirmou que as vítimas teriam descoberto que ele estava desviando gado da fazenda.
Segundo o delegado, as investigações continuam a apurar qual a destinação dada pelo caseiro ao gado extraviado da fazenda dos procuradores.
“Nós ainda não sabemos o valor exato, mas calculamos que chegue a aproximadamente R$ 1 milhão. Continuaremos nessa linha de investigação patrimonial para saber quanto realmente foi desviado”, disse.
O desaparecimento
A Polícia Civil passou a investigar o desaparecimento dos dois procuradores estaduais após amigos da família informarem que os dois estavam em uma fazenda na cidade, mas que na madrugada de segunda-feira (12) iriam para Brasília.
No entanto, eles não chegaram na cidade e a família não conseguiu mais nenhum contato.
Por telefone, o caseiro da fazenda informou à esposa de Saint Clair Filho, que é juíza federal, que os dois tinham saído cedo rumo à Brasília.
A polícia foi acionada e fez rondas pela cidade ainda na segunda-feira. Nas buscas, encontraram a caminhonete do procurador aposentado.
Corpos encontrados
Em um vídeo exclusivo obtido pelo MidiaNews, o caseiro contou detalhes do crime. (veja abaixo).
Questionado por um investigador, ele conta que o primeiro a ser morto foi Saint-Clair Martins Souto, que era procurador aposentado pelo Distrito Federal (DF).
Segundo o suspeito, o crime teria ocorrido quando eles estavam andando no pasto. Embora no vídeo ele não detalhe como matou o procurador aposentado, acredita-se que tenha sido a tiros.
Em seguida, José conta que foi chamar o filho, Saint-Clair Diniz, que estava na sede fazenda.
Aí eu vim chamei ele, falei que o véio (sic) tinha caído e não aguentava subir no cavalo [...]. Aí eu atirei nele também
“Aí eu vim chamei ele, falei que o véio (sic) tinha caído e não aguentava subir no cavalo [...]. Aí eu atirei nele também”, disse.
Saint-Clair Diniz atuava como procurador do Estado do Rio de Janeiro. Ele deixa uma esposa e três filhos.
Após o crime, José teria enterrado os corpos na propriedade, que fica a cerca de 90 quilômetros de Vila Rica.
Já na noite de sexta, ele foi para a cidade e, em seguida, fugiu para Colinas do Tocantins, onde foi preso na tarde de terça-feira.
A prisão
O funcionário foi preso no município de Colinas do Tocantins (TO), pela Polícia Civil daquele Estado, depois de solicitação de apoio da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e a Delegacia da Polícia Civil de Vila Rica.
Em interrogatório, ele revelou que teria enterrado os corpos em uma região próxima à fazenda, que fica 90 quilômetros da zona urbana de Vila Rica.
A busca pelos corpos duraram mais de 14h e só na manhã do dia 14, a polícia conseguiu localizar os corpos.
“Eles não estavam enterrados, como foi divulgado. Estavam escondidos, cobertos, em uma estrada dentro da fazenda”, disse.
Veja o vídeo abaixo:
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