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Segunda - 29 de Maio de 2017 às 08:41
Por: Gilson Nasser/Folha Max

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O esquema de grampos ilegais no Estado de Mato Grosso deve ganhar novos contornos nos próximos dias. O Ministério Público Estadual já tem em mãos a minuta de um acordo de colaboração premiada, que confirma o esquema e detalha os nomes dos envolvidos.

A delatora, que é uma praça da Polícia Militar atuou diretamente nas interceptações telefônicas ilegais, revelou que o esquema possuía até um “escritório” de escutas clandestinas. O grupo alugou um apartamento nas imediações do Morro da Caixa d’Água, em Cuiabá.

A policial explicou que recebia ordens do ex-comandante-geral da PM, Zaqueu Barbosa, e do atual secretário de Justiça e Direitos Humanos, coronel Airton Benedito Siqueira Junior. Ela esteve na última sexta-feira prestando depoimento espontâneo acompanhada de três advogados, sendo que dois deles são coroneis da reserva da própria PM.

Zaqueu foi preso na última terça-feira junto com o cabo da PM, Gérson Luiz Correia Junior, e ainda não entraram com recursos para serem soltos. “Se havia alguma dúvida da participação dos que estão presos, foi esclarecida”, disse uma pessoa que teve acesso ao conteúdo do depoimento que pediu anonimato ao FOLHAMAX.

A policial também não teria citado envolvimento de nenhum membro da alta cúpula do Governo do Estado. Além dos envolvidos com o esquema, a policial informou nomes de alguns dos alvos das escutas telefônicas clandestinas e entregou seu notebook pessoal que também teria sido usado na arapongagem.

Ela não soube precisar a quantidade de pessoas grampeadas, mas certamente, passou de 1 mil. Informações de quem teve acesso ao depoimento apontam, porém, que o esquema é grande e muito mais grave que o divulgado pela imprensa local e reportagem do Fantástico (Rede Globo) exibida no dia 14 deste mês. “Parecia ser uma besteira, depois quando você vê, era um esquema de grandes proporções”, explicou.

OUTROS SUSPEITOS

Além da delação, o MPE tem avançado nas investigações das escutas ilegais. Além dos nomes citados pelo delator, há a suspeita de que o tenente-coronel e ex-comandante do Bope (Batalhão de Operações Especiais), Januário Antônio Edwiges Batista, e o coronel Ronelson Jorge de Barros, além do atual secretário da Casa Militar, coronel Evandro Lesco, tiveram participação ativamente no esquema. Todos oficiais chegaram a atuar no Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado) .

Todos serão ouvidos nos inquéritos. Hoje, o caso é investigado pela própria PM, Polícia Civil e Ministérios Públicos Estadual e Federal.

O esquema de escutas telefônicas ilegais em Mato Grosso é investigado pela PGR (Procuradoria Geral da República) e teria grampeado ilegalmente políticos, advogados, jornalistas e até amante de um ex-secretário de Estado. O esquema consistia em acrescentar telefones de interesses da organização para serem grampeados em meio a pedido de escutas de alvos de investigações policiais normais.

Até um número pertencente ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado) foi grampeado. As escutas ocorreram quando o órgão investigava as operações Seven, Chacal, Metástase e Rêmora.

O ex-secretário de Segurança, Mauro Zaque, foi o responsável por encaminhar denúncia à PGR, na qual afirmou que Pedro Taques tinha conhecimento sobre o esquema criminoso. Para o promotor, o governador teria cometido o crime de prevaricação. Porém, Taques afirmou que Zaque fraudou o protocolo no qual afirmou que ele sabia dos grampos e disse que irá protocolar representação contra Zaque no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e na Procuradoria Geral de Justiça.





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