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Sexta - 29 de Dezembro de 2017 às 19:23
Por: Diego frederici/folhamax

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Cerca de 300 famílias da Ação Unificada Nacional (ANU), composta por trabalhadores rurais sem terra, ocuparam na última segunda-feira (25) a fazenda Serra Dourada II, na cidade de Peixoto de Azevedo (696 km de Cuiabá). A propriedade rural, que possui 4,1 mil hectares e tem valor estimado em R$ 33,1 milhões, pertencia a Silval Barbosa (sem partido) e foi disponibilizada pelo ex-governador como parte de seu acordo de colaboração premiada como forma de ressarcir os prejuízos aos cofres públicos causados pela organização criminosa que atuou em sua gestão.

Um dos representantes da ocupação, Wendel Girotto, que pertence ao movimento 13 de Outubro (ligado a ANU), disse que as terras são alvo de posseiros que estariam tentando vendê-las a terceiros. Segundo ele, pessoas que tem procurado o assentamento dizem que ouviram a oferta de servidores ligados ao Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat).

“Tem um advogado da região que tem negociado essas terras entre R$ 3 mil a R$ 10 mil. Mas não tem nada disso. Essas terras são públicas. Pessoas que vem até o assentamento dizendo que fizeram o negócio afirmaram que ouviram a oferta de gente ligada ao Intermat”, disse ele.

O FOLHAMAX, que conversou com Girotto por telefone na manhã desta sexta-feira (29), teve acesso a um boletim de ocorrência da última terça-feira (26) que relata uma ameaça feita por um homem identificado como “Valdir”, que disse que era melhor as famílias desocuparem a propriedade para “evitar mortes”. Perguntado se conhecia a pessoa, Girotto confirmou que ele é uma das pessoas que estariam “negociando” a Fazenda Serra Dourada II.

“O pessoal da ocupação tem recebido ameaças. Fizemos o básico, registramos boletim de ocorrência, mas não recebemos visitas de nenhum representante de órgãos públicos. Valdir é um dos caras que ameaçaram e tentam vender as terras”, disse ele.

Girotto também comentou que a propriedade rural ocupada foi utilizada por Silval Barbosa ilegalmente. Ele disse que o ex-governador possui a titularidade de 4,1 mil hectares, porém, a propriedade teria ao todo 52 mil hectares, qualificando o ex-chefe do executivo de “posseiro”.

As famílias que ocupam a fazenda Serra Dourada II são de Mato Grosso e do Pará. A propriedade foi um dos bens disponibilizados pelo ex-governador Silval Barbosa à Justiça após acordo de colaboração premiada firmado com a Procuradoria-Geral da República (PGR) . Além dela, um lote urbano em Sinop (501 km de Cuiabá) avaliado em R$ 860 mil, outra fazenda em Peixoto de Azevedo que custaria R$ 10,4 milhões, um imóvel na Capital no valor de R$ 1,2 milhões, além de uma aeronave de R$ 900 mil, também foram colocados à disposição.

Outros R$ 23,4 milhões seriam devolvidos em parcelas anuais de R$ 4,6 milhões.





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