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Agronegócios
Quinta - 25 de Outubro de 2018 às 14:34
Por: Por Pollyana Araújo e Aldair Santos, G1 MT e Centro América FM

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Jayme Campos (DEM) foi eleito senador nesta eleição — Foto: Secom/Várzea Grande (MT)
Jayme Campos (DEM) foi eleito senador nesta eleição — Foto: Secom/Várzea Grande (MT)

O senador eleito Jayme Campos (DEM) defendeu a cobrança de impostos do setor do agronegócio para que haja uma divisão das riquezas produzidas em Mato Grosso. Ele concedeu entrevista à Centro América FM nesta quinta-feira (25) e declarou que, assim que ocupar cadeira no Senado, vai lutar pela revisão da Lei Kandir, que isenta os agricultores de pagarem ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre os produtos exportados.

Com a isenção, segundo Jayme Campos, o estado vai perder quase R$ 6 bilhões em 2018. "É inconcebível que o estado perca quase R$ 6 bilhões e recebeu no ano passado R$ 500 milhões (como retorno). Desse montante, 25% vai para os muncípios e 75% para o estado", criticou.

Ele afirmou que 84% da produção de soja de Mato Grosso é destinada à exportação. No entanto, alega que boa parte desse percentual é vendida no mercado interno e, mesmo assim, não paga imposto. "Todos estão carecas de saber que isso acontece, mas estão fechando as vistas. Ora, esse pessoal têm que pagar alguma coisa", afirmou.

'Riqueza nas mãos de meia dúzia'

Ele citou dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e disse que 17 empresários de Mato Grosso vão cultivar algodão em 1 milhão de hectares de terras.

"Isso significa que é uma grande concentração dos lucros nas mãos de meia dúzia. De acordo com dados da Conab, o algodão é a atividade comercial com a qual mais se mais ganhou dinheiro no Brasil e no planeta. Sobrou quase R$ 18 mil por hectare. Esses dados são oficiais", declarou.

Jayme defende que quem planta até 13 mil hectares continue recebendo os benefícios previstos atualmente na Lei Kandir, mas que os privilégios não devem ser iguais a todos os produtores.

De acordo com ele, a riqueza está concentrada nas mãos de uma pequena parcela dos mato-grossenses.

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"De que adianta o estado ter o maior rebanho bovino, ser o maior produtor de soja, maior produtor de algodão, maior produtor de milho, e aonde está essa riqueza? Essa riqueza está nas mãos de meia dúzia de cidadãos que têm usurpado, usurpado no bom sentido, nossas terras e não têm devolvido nada para o povo de Mato Grosso, principalmente para os menos afortunados", defendeu.

'Caixa preta'

Conforme o senador eleito, quando o ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Antônio Joaquim propôs a abertura da 'caixa preta' da Secretaria de Fazenda em relação às tradings - empresas que atuam como intermediárias entre produtores e compradores em operações de exportação ou de importação - o estado se negou e conseguiu na Justiça o direito não divulgar os dados.





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