Selma se diz vítima de extorsão para aprovação de contas e TRE aciona MPF para investigar
Atualizada às 10h45 - A senadora eleita Selma Arruda (PSL) revelou que foi vítima de 3 tentativas de extorsão em troca da aprovação de suas contas de campanha, que são julgadas no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT). A acusação ocorreu durante transmissão ao vivo que ela fez em sua página no Facebook, na noite desta quinta-feira (13).
Sem dar detalhes de como teriam ocorrido as chantagens, se partiram de membros do corpo técnico do TRE ou de pessoas com trânsito na instituição, a juíza aposentada apontou, no entanto, o que foi pedido em troca. “Eu já fui 3 vezes extorquida por causa desta bagunça. Na primeira vez, me pediram R$ 360 mil; na segunda, me pediram R$ 600 mil e na terceira me pediram cargos pra me absolver neste processo lá no TRE. Aqui ó. Aqui”, afirmou , fazendo sinal de “banana” com o braço.
Em sua live no Facebook, Selma não afirmou se registrou denúncia formal quanto à suposta tentativa de extorsão. A assessoria de imprensa dela também não confirmou se isso foi feito.
Veja o que Selma Arruda diz sobre a suposta extorsão a partir do minuto 17:
Conforme já noticiado, parecer técnico do TRE e manifestação do Ministério Público Eleitoral pedem a reprovação da prestação de contas de Selma Arruda, por omissão de gastos, o que caracterizaria caixa dois.
Em sua conversa com internautas, a senadora eleita afirmou que no período em que era magistrada, possuía muito mais chances de enriquecer ilicitamente e não seria agora, para ingressar na política, que ela faria isso. Ela também rechaçou a possibilidade de ceder à ameaças.
“Eu não cedo à chantagem, não cedo à extorsão e vou continuar lutando aqui de cabeça erguida por todos nós. Se a gente ceder uma vez à corrupção, ela entranha em você e nunca mais sai. Pra mim, não serve esta forma de fazer política, não serve esta forma de viver”, asseverou.
Investigação
Por meio de nota, o Tribunal Regional Eleitoral informou que o presidente, desembargador Márcio Vidal, acionou a Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) para investigar se o crime relatado pela senadora eleita é verídico.
“O presidente do TRE ressalta que nenhuma denúncia envolvendo servidores ou magistrados da Instituição passará incólume. Se comprovada a veracidade da mesma, todos os envolvidos serão responsabilizados nos termos da lei. A mesma regra se aplica à eleita, se comprovada que as informações por ela repassadas são inverídicas”, diz trecho da nota.
A instituição reafirmou que tem compromisso em garantir transparência, lisura e integridade nos processos que conduz e explicou que a análise das prestações de contas de todos os candidatos é feita pelo corpo técnico do tribunal, seguindo os trâmites legais. “É nessa ocasião que se afere a legalidade e legitimidade dos recursos utilizados na campanha, como forma de combater o abuso do poder econômico e político, bem como das condutas de falsidade ideológico eleitoral (caixa dois)”, aponta.
Confira a íntegra da nota do TRE:
O presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso, desembargador Márcio Vidal acionou a Polícia Federal e o Ministério Público Eleitoral para investigar a veracidade das informações transmitidas pela candidata eleita ao Senado, Selma Arruda, na tarde desta quinta-feira (14/12) em sua rede social.
Em vídeo veiculado no Facebook, a candidata eleita afirma ter sido extorquida três vezes para obter uma sentença favorável no TRE-MT.
O presidente do TRE ressalta que nenhuma denúncia envolvendo servidores ou magistrados da Instituição passará incólume. Se comprovada a veracidade da mesma, todos os envolvidos serão responsabilizados nos termos da lei. A mesma regra se aplica à eleita, se comprovada que as informações por ela repassadas são inverídicas.
O Tribunal reafirma o compromisso de adotar todas as medidas necessárias para garantir a transparência, a lisura e a integridade de suas ações na condução processual.
Todas as prestações de contas dos candidatos estão sendo analisadas com rigor técnico e de acordo com os trâmites legais. A Justiça Eleitoral destaca a importância desse procedimento, uma vez que é nessa ocasião que se afere a legalidade e legitimidade dos recursos utilizados na campanha, como forma de combater o abuso do poder econômico e político, bem como das condutas de falsidade ideológico eleitoral (caixa dois).
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