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Segunda - 21 de Janeiro de 2019 às 19:15
Por: Rodivaldo Ribeiro/Folha Max

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Produtor rural, advogado e deputado estadual, Sílvio Fávero (PSL) afirmou que não abre mão de disputar a Mesa Diretora da Assembleia e, se Janaina Riva (MDB) aceitar, ele a apoia à presidência, desde que ela e seu grupo aceitem que ele ou alguém do PSL seja o primeiro-secretário. A declaração foi dada em entrevista ao jornalista Paulo Coelho, da Rádio Capital FM, na manhã desta segunda-feira (21).

Na avaliação dele, é uma matemática simples: 14 novos numa casa de 24 deputados. “Como que 14 perde pra 10? E essa casa de 14 pode ir pra 17 também, né? Imagine se a Janaína, que defende tanto os servidores, vem como presidente ou secretária nossa, quantos votos ela tem? Só do MDB ela tem três”, calcula Fávero.

À pergunta direta se ela podia ser apoiada pelo grupo dos sociais liberais, a resposta foi imediata: “Sem dúvida nenhuma. Mas a primeira secretaria ficaria com o PSL”. Vaticinado pela direção nacional do partido do presidente Jair Bolsonaro, Fávero, entretanto, não se negou a criticar com veemência o projeto de reformas do governador Mauro Mendes (DEM) e até mesmo seu decreto de calamidade financeira e declarou independência, já que Nelson Barbudo (PSL) sinalizou seguir em proximidade com Mendes, assim como outros parlamentares do partido. “Acho que pra Mato Grosso a decretação de calamidade não é muito bom frente aos investidores lá fora, que sempre viram o Estado como rico. Você acha que se estivesse essa desgraça, eles resolveriam em 180 dias? O Estado é rico, produz. Então tem alguma coisa, essa situação é resultado de má gestão. E com todo o respeito ao governador, mas ele sabia a situação que estava quando entrou, inclusive porque o secretário é o da gestão passada”, afirmou o ex-vice-prefeito de Lucas do Rio Verde (distante 334 km ao norte de Cuiabá).

Outras medidas, como a extinção das nove secretarias e extinção de seis empresas públicas, também foram duramente criticadas, pois para ele os deputados atuais não têm legitimidade para votar medidas tão profundas quanto a extinção da Empaer, por exemplo, vista como principal meio de amparo à agricultura familiar, porque governador sequer ouviu a voz do campo. “Deveria ter sentado mais com a classe, ouvido mais os agricultores pra depois tomar uma medida dessa”.

Também vê como péssima medida culpar os servidores pelo inchaço na máquina pública. Assim, Fávero inclusive reforça a defesa dos servidores públicos como mais um ponto de convergência com a deputada Janaina, ainda que ele também não exclua Guilherme Malouf (PSDB). “Tá todo mundo esperando. Outro dia ouvi uma entrevista do Lúdio [Cabral, PT] e ele também falou que vai esperar mais pra frente. Pra ser justo, tem que haver no mínimo uma mesa mista”, afirmou.

Sobre a pressa em votar as reformas, Fávero lamenta, mas aceita ser imposição da lei. “Tudo bem que até o dia 31 é deles”, comenta.

O parlamentar afirma com todas as letras que o governador e sua equipe deveriam ter um pouco mais de consenso e esperar pela nova legislatura que assume dia primeiro de fevereiro. “Aí sim, teríamos condições de analisar, trocar uma ideia e ouvir todo mundo. Mas fazer o que? A lei está aí, mas o nosso presidente da Assembleia poderia ter um pouco mais de sensatez, vamos dizer assim”.

De acordo com ele, demitir servidores agora é ir “na contramão” devido ao momento difícil por que passa o Brasil e se há salários altos demais, o ideal era fazer readequações e cargos, sem extinção de órgãos. “O servidor público não é culpado, ele é o lubrificante que faz a máquina andar. É ele que toca o Estado”.





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