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Segunda - 25 de Março de 2019 às 10:38
Por: Diego Frederici/Folha Max

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O pedido de prisão do ex-presidente Michel Temer (MDB) – assinado por 11 Procuradores da República no último dia 15 de março -, cita o ex-governador de Mato Grosso e ex-ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), como um dos integrantes da suposta organização criminosa que agia na cúpula do Governo Federal na transição entre os Governos do PT e do MDB, durante o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016.

O documento narra o episódio a partir do início do distanciamento entre o PT e o MDB – o principal aliado das gestões petistas, desde o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva -, em 2015. O MPF cita até mesmo um personagem que anda meio esquecido nos meios de comunicação, mas que pode ser considerado o grande “carrasco” da segunda gestão de Dilma Rousseff: o ex-presidente da Câmara de Deputados, Eduardo Cunha (MDB).

“No início de 2015, Eduardo Cunha decidiu não observar o acordo de alternância entre PT e PMDB e lançou-se candidato à Presidência da Câmara dos Deputados numa disputa com o candidato do PT Arlindo Chinaglia. Esse episódio marcou uma virada importante no relacionamento entre os integrantes do núcleo político da organização criminosa do ‘PMDB da Câmara’ e do PT. As desconfianças foram alimentadas pela instauração no âmbito do STF de inúmeros inquéritos relacionados à Operação Lava Jato”, diz trecho do pedido.

O MPF segue, relatando que as diferenças entre os dois principais partidos do Brasil na época não foram “superadas”, estendendo-se até o ano de 2016. “O certo é que, em 29.03.2016, o PMDB decidiu deixar formalmente a base do governo e, em 17.04.2016, o pedido de abertura de impeachment da Presidente Dilma Rousseff foi aprovado pela Câmara dos Deputados [...] A partir daí, houve um rearranjo no núcleo da organização apenas para se excluir dele os integrantes do PT, sem que isso tenha significado o término das atividades ilícitas por parte da organização criminosa”, revela o MPF.

O pedido de prisão de Temer relata ainda que os membros que já faziam parte da organização criminosa precisavam ser “acomodados” na nova gestão que se iniciava com Michel Temer na presidência. Segundo o MPF, Temer, no restante do mandato (em agosto de 2016) “garantiu espaços relevantes aos líderes do PP e do PMDB que já pertenciam à organização criminosa”.

Entre os líderes do PP está Blairo Maggi – que chegou a ser base das gestões petistas no Governo Federal -, e que passou a ser ministro da Agricultura com Temer presidente, conforme quadro abaixo extraído do próprio pedido de prisão de Michel Temer.

Apesar de citar Michel Temer nas investigações, o MPF não pediu nenhuma medida contra Blairo Maggi. Atualmente, ele não ocupa nenhum cargo institucional na polítca, nem disputou as eleições em 2018. Maggi foi senador da República até janeiro de 2019.

Temer foi preso na manhã desta quinta-feira (21) pela força tarefa da operação “Lava Jato” do Rio de Janeiro. A prisão foi determinada pelo juiz da Sétima Vara Criminal da Seção Judiciária do Rio de Janeiro, Marcelo da Costa Bretas, que atendeu a um pedido do Ministério Público Federal (MPF). A medida cautelar baseou-se na delação do proprietário da Envegix, José Antunes Sobrinho, que declarou ter pago R$ 1 milhão para obter um contrato com a Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, conhecida como “Angra 3”.

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