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Terça - 26 de Março de 2019 às 11:18
Por: Rodivaldo Ribeiro/Folha Max

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Um inquérito criminal que apura suposta participação do ex-governador Pedro Taques (PSDB) no esquema de interceptações telefônicas clandestinas apelidado pela imprensa de Grampolândia Pantaniera está em tramitação na Sétima Vara Criminal de Cuiabá. A investigação é focada nos possíveis partícipes do governo e da Policia Militar de Mato Grosso e o inquérito foi remetido à primeira instância pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

O magistrado que cuida da parte que cabe a Taques é o juiz Jorge Luiz Tadeu. Ele recebeu a responsabilidade depois que a juíza Ana Cristina Mendes declarou-se sob suspeição por “motivos de foro íntimo”.

Muito provavelmente porque seu marido, o coronel Alexandre Correa Mendes, foI sob acusação de ser o responsável pelo vazamento antecipado da operação que investigaria os operadores dos grampos. Jorge Luiz Tadeu decretou sigilo no processo na sexta-feira (22) e o enviou à 19ª Promotoria Criminal do Ministério Público Estadual, coordenada pelo promotor de Justiça Reinaldo Rodrigues de Oliveira Filho.

Os demais inquéritos da grampolândia foram enviados ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso porque o alvo são detentores de foro privilegiado. É o caso de duas investigações derivadas de notícias-crime apresentadas pela Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Mato Grosso em junho de 2017.

Uma trata da suspeita de que o ex-governador Silval Barbosa e seus filhos foram investigados de forma indevida e deliberada por agentes de inteligência a mando de superiores diretos, prática convencionalmente chamada pela imprensa mato-grossense de “barriga de aluguel”. O alvo original dessa investigação seria a mulher de Silval Barbosa, Rosely Barbosa, durante a Operação Ouro de Tolo (por desvios na Secretaria de Trabalho e Assistência Social (Setas) da ordem de R$ 8 milhões), mas os policiais teriam avançado sobre ligações pessoais feitas e recebidas entre ela, o marido e os filhos.

A outra notícia-crime trata de uma quebra ilegal de sigilo fiscal. Segundo a OAB, quebras sucessivas de sigilos de promotores de justiça e outras autoridades teriam sido feitas por acesso direto ao banco de dados da Sefaz sem nenhum tipo de autorização judicial. Oficialmente, a investigação busca descobrir quem é o responsável direto por isso. Já o outro ex-governador envolvido na grampolândia, Pedro Taques, estava sob investigação do STJ por suspeita de participação ou prevaricação no esquema. Ele foi implicado pelo seu ex-secretário de Segurança Pública (Sesp) , Mauro Zaque.

Em depoimento, o promotor afirmou que teria avisado o tucano sobre o esquema de escutas clandestinas montado para monitoramento de adversários políticos ao invés de criminosos efetivos. Pra piorar, Zaque também disse à justiça que o ex-comandante Geral da Polícia Militar, coronel Zaqueu Barbosa, fora até ele confessar o esquema e que o fez sob ordens do próprio Pedro Taques.





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