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Quinta - 22 de Agosto de 2019 às 08:47
Por: Gilson Nasser/Folha Max

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O ex-prefeito de Confresa, Gaspar Lazzari (PSD), é um dos presos na Operação Tapiraguaia, deflagrada nesta quinta-feira (22) pela Polícia Federal. Os outros dois alvos de prisão são assessores de políticos.

Contra o ex-deputado Valtenir Pereira (MDB), o mandado é de busca e apreensão. Policiais federais estão em sua residência recolhendo documentos e mídias digitais que podem ser úteis às investigações.

Gaspar Lazzari já havia sido alvo na primeira fase da operação. Na ocasião, chegou a ser denunciado pelo Ministério Público Federal por fraudes em processos licitatórios que teriam resultado no desvio de cerca de R$ 4 milhões. Os recursos seriam aplicados em serviços da Educação Básica, construção de UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), Unidades Básica de Saúde e construção de ponte.

Lazzari é, atualmente, 2º suplente de deputado federal. Ele recebeu mais de 40 mil votos e ficou na 2ª suplência, atrás justamente de Valtenir Pereira.

TAPIRAGUAIA 2

A Operação Tapiraguaia teve sua 2ª fase deflagrada nesta quinta-feira. Ao todo, são cumpridos três prisões preventivas e sete medidas cautelares nos municípios mato-grossenses de Cuiabá, São Félix do Araguaia, Serra Nova Dourada, Bom Jesus do Araguaia, Apiacás e também em Brasília (DF). Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal de Barra do Garças, que também determinou o sequestro de bens e valores.

A segunda fase é resultado da análise dos dados bancários e dos objetos apreendidos durante a primeira fase da operação, ocorrida em 30 de janeiro deste ano. O material colhido aponta que um ex-deputado federal de Mato Grosso (hoje suplente de deputado), no período entre 2014 a 2016, teria montado um esquema criminoso em conluio com empresários e prefeitos de Confresa e Serra Nova Dourada.

Segundo a PF, cerca de R$ 601 mil teriam sido utilizados para pagamentos de propina. As investigações mostram que o então deputado teria viabilizado a realização de convênios entre o Ministério da Integração Nacional, através da Secretaria Nacional da Defesa Civil e as prefeituras, amparando-se na justificativa de construção de pontes de concreto emergenciais, devido às enchentes provocadas pelas chuvas.

Os prefeitos, beneficiados com os recursos federais, realizavam licitações repletas de irregularidades, combinando previamente com os empresários contratados para a execução das obras. Os políticos exigiam propinas a essas pessoas, na medida em que fossem realizados os pagamentos.

Os valores utilizados nas propinas provinham na maioria das vezes de medições fraudulentas, como atestados de serviços não realizados ou realizados a menor. Os montantes eram repassados aos gestores municipais e ao ex-deputado, por meio de depósitos e transferências em contas de terceiros.

A análise policial também aponta a emissão de cheques, entregas de dinheiro em espécie e até mesmo pagamento de boletos e contas dos gestores públicos (contas de energia, boletos de estabelecimentos comerciais, dívida em hotéis, etc). Os valores repassados ao deputado eram, em regra, depositados em contas bancárias de seus assessores ou de empresas a eles vinculadas, sendo que uma das empresas é fantasma.

Ainda segundo a PF, os assessores e as respectivas empresas recebiam valores avulsos das prefeituras por suposta prestação de serviços de assessoria e consultoria para liberarem as parcelas dos convênios por meio de lobby. As obras da prefeitura de Confresa teriam gerado em torno de R$ 413 mil em propinas aos agentes públicos envolvidos, enquanto as de Serra Nova Dourada o montante de R$ 187 mil.

O nome da operação faz referência à palavra “Tapiraguaia”, primeiro nome do município de Confresa. O termo é uma junção das palavras “Tapirapé” e “Araguaia”, dois rios da região norte mato-grossense.





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