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Sábado - 12 de Outubro de 2019 às 08:49
Por: Da Assessoria

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A entrevista deste mês de outubro destaca o trabalho desenvolvido por quem planeja, organiza e acompanha o preparo e o cultivo do solo, cuida da alimentação, da reprodução e do abate de animais, além de gerenciar o armazenamento, a industrialização e a comercialização de alimentos de origem animal e vegetal.

Para homenagear os engenheiros agrônomos do Sistema Confea/Crea pelo dia, comemorado em 12 de outubro, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (Crea-MT) entrevistou o presidente João Pedro Valente e o coordenador da Câmara Especializada de Agronomia (CEAGRO), Clóvis Albuquerque.

Entrevista 01- O presidente do Regional Mato-Grossense, engenheiro agrônomo João Pedro Valente é o primeiro entrevistado. O gestor do Crea-MT é técnico em agropecuária formado pela Escola Técnica de Franca no Estado de São Paulo. Formado em Agronomia pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e mestre e doutor pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). O agrônomo possui diversas experiências profissionais entre elas, professor do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), professor colaborador da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Jaboticabal, em São Paulo, diretor da Faculdade de Agronomia, como engenheiro agrônomo na Fazenda Experimental. Sua principal atuação profissional foi como docente na UFMT, onde passou por todos os níveis e classes de professor, aposentando como docente titular em 2016. Atuou como diretor Financeiro do Regional Mato-Grossense, na qual atuou como conselheiro por diversas vezes. Hoje ocupa a cadeira de presidente do Crea Mato Grosso eleito para o triênio 2018/2020.

Gecom-Qual a importância do Engenheiro agrônomo para o desenvolvimento econômico de Mato Grosso?

João Pedro Valente– Doze de outubro é uma data muito especial, onde é comemorado o dia do engenheiro agrônomo, dia em que foi regulamentada a profissão. Tenho muito orgulho de ser engenheiro agrônomo, essa profissão transformou nosso estado de Mato Grosso. Certamente todas as ciências e engenharias contribuíram para o desenvolvimento desse Estado, o agronegócio representa mais de 50% do Produto Interno Bruto (PIB) de Mato Grosso. Hoje somos campeões na produção de pecuária, tendo o maior rebanho do Brasil, com cerca de 30 milhões de cabeça, ainda batemos recorde no cultivo de soja, tanto que Mato Grosso produz 28% dos grãos no país. O Estado é o maior cultivador de algodão do Brasil, produzindo 67% da produção nacional e respondemos por 42% do cultivo de milho da safra normal. Respondemos também por 32% do milho total produzido no pais. Por tanto, é um destaque nacional a produção de Mato Grosso. Isso se deu graças ao desenvolvimento de tecnologias, aproveitamento do cerrado, onde os estudos especialmente na questão da fertilidade do solo, no conhecimento, no mecanismo de produção, na constatação dos nutrientes do solo, e no uso do gesso e calcário, que transformou esse imenso território que nada produzia, em um território extremamente fértil e que orgulha a todos nós.

Mato Grosso é hoje um Keise de sucesso na agropecuária. Pessoas de todos os estados e de muitos países vem aqui para ver o que o Estado está fazendo de diferente para produzir tanto e tão bem. Isso a sociedade deve aos profissionais da agronomia, que estudaram e dedicaram muito para colocar essa tecnologia a disposição dos produtores e da sociedade. Então, por tanto, a profissão tem um legado importante e valioso para essa, e para as próximas gerações, num momento que temos como projeção para o ano de 2050, a necessidade de estar produzindo 70% a mais do que produzimos atualmente de alimentos, isso faz nos entender que os agrônomos precisam começar a desaprender o que usou no passado, para reaprender novamente, desenvolvendo novas tecnologias e métodos de produção.

Gecom- Qual a importância do agrônomo para o desenvolvimento social do Estado?

Tanto para o Estado como para o mundo, sem os agrônomos a produção agropecuário se tornaria inviável ou destrutiva, o que poderia levar o nosso meio ambiente a extinção. Sem a agronomia não há que se falar em desenvolvimento social e sustentável no campo.

O profissional da agronomia viabiliza a utilização de tecnologia, e aplica a melhor técnica para o cultivo do campo e para a criação ou manejo de animais, amenizando os impactos ambientais e ampliando os resultados de produção, e consequentemente favorecendo efeitos positivos para o meio social e econômicos. A agronomia é sinônimo de boa qualidade dos produtos rurais, preservação dos solos, nascentes, segurança no trabalho, alto rendimento e qualidade na produção, despesas econômicas para o mercado privado e para o dinheiro público.

Gecom- Como o senhor percebe sua atuação na gestão do Crea-MT para a sociedade, e para o engenheiro agrônomo?

João Pedro Valente – Assim como em qualquer atividade profissional, e não diferente na agronomia, estamos dando o devido enfoque no aprimoramento das leis que regulam a profissão, bem como uma fiscalização orientativa aos profissionais, e ostensiva à aqueles que praticam tanto o exercício ilegal da profissão e tolhem injustamente o mercado do profissional devidamente apto, como também uma fiscalização enérgica aos profissionais que margeiam a normas que protegem o profissão e a sociedade. Ainda é preciso se adequar a uma nova realidade em que o país vive, onde sobeja novos desafios aos profissionais da agronomia que contribui para que chegue na mesa da família brasileira alimentos seguros e de qualidade. Assim o comportamento do Conselho tem mudado, como disse a nossa legislação, e os normativos precisam ser aprimorados, pois estão antigos e muitas vezes não conseguem dar a devida interpretação ou regulamentação as novas realidades profissionais. E muitas dessas adequações normativas, via de regra, depende do Congresso Nacional. Assim, a atual gestão do Sistema Confea/Crea, que incluem os Regionais e o Conselho Federal, tem atuado de forma bastante efetiva na relação com os parlamentares. Historicamente relacionávamos mal com o Congresso nacional, isso fez com que nossa lei ficasse antiga sem receber as melhorias e alterações necessárias. A atual gestão tem uma visão de que é necessário sensibilizar os parlamentares, e levar para eles informações relevantes para o devido convencimento de que existem necessidades de adequação para que possamos atuar dentro do amparo legal, no sentido de regulamentar as profissões e proteger a sociedade, ou seja, missão original dada aos conselhos. Só fiscalizar e ver se tem uma ART não é suficiente. É preciso verificar se aquele profissional está atuando de fato naquele empreendimento e entregando para a sociedade um serviço de qualidade. Portanto, reforço que é necessário que haja a devida consciência de que a fiscalização da profissão é um exercício para a proteção do profissional e da sociedade. Mas tenho o prazer de estar vivenciando um momento em que o sistema que regulamenta as profissões vem sendo questionado, pois abarcam a todos a saírem da zona de conforto. Esse é um momento propício para que essa crise se transforme em um período de retomada, efetivar a quebra de paradigmas em forma de ação, e operar o Conselho como espera os profissionais e a sociedade, contudo não concordo, de forma alguma, a inexistência de um Conselho que regulamenta a profissão, pois deixará desguarnecido os profissionais e desprotegida a sociedade. A agronomia é estratégica para o país, para o Estado e para sociedade num todo. Agradeço ao Corpo funcional do Crea de Mato Grosso que me ajudou a compreender a viabilizar muitas oportunidades que contribui para o órgão. Conseguimos vários aspectos positivos para esse mandato. Investimos na organização de fluxos de processos e de alguns passivos trabalhistas que encontramos. Foi necessário elaborar um novo plano de Cargos e Carreiras. Investimos em novas frotas para fiscalização. Serão investidos recursos advindos do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia – Confea, para a construção de quatro novas inspetorias em cidades do interior que não existem sede próprias. Foi assinado convênio com Confea para a construção de um auditório.

Gecom- Há mais alguma palavra a mais acrescentar ao profissional da agronomia?

João Pedro Valente – Como já é sabido a todos os profissionais da agronomia, ser agrônomo é mais que ciência e técnica é acima de tudo amar à terra. Parabéns a todos os Agrônomos Mato-grossense!

Entrevista 02- O Coordenador da Câmara Especializada de Agronomia (CEAGRO) do Crea-MT conselheiro Clóvis Albuquerque, é o segundo entrevistado. Formado na Fundação da Faculdade de Agronomia Luiz Meneghel , Bandeirantes no Estado do Paraná em dezembro de 1983 e Pós-Graduado em Ciência de Tecnologia de Sementes, na Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul, o conselheiro Iniciou a carreira como coordenador de departamento técnico na parte de agronomia na Agroindustrial Cooperativa (Coamo) em Campo Mourão no Paraná, desenvolvendo cargo em assistência técnica aos cooperados da região, na qual levava tecnologia necessária para o desenvolvimento de agricultura com um padrão para manutenção social. Desenvolveu um projeto junto ao Banco Mundial, de 1987 a 1989 com objetivo de levar o melhor desenvolvimento para o setor agrícola. Dentro do projeto foi feita a sistematização nas estradas no município de Juranda também no Paraná. Além do projeto Clic Rural eletrificação.

Gecom- o que levou a escolher o curso de agronomia?

Clóvis Albuquerque- O meu pai era produtor de várias culturas no Estado do Paraná, como café, cana, amendoim e feijão. A atividade desenvolvida por ele fez eu me apaixonar pela profissão. A partir daí fui aprendendo desde criança sobre o cultivo e peguei gosto pela profissão de agronomia.

Gecom- Em quais seguimentos esse profissional pode atuar?

Clóvis Albuquerque- A agronomia é considerada uma ciência bastante ampla. Onde vê desde uma célula até um robô, que é um trator sistematizado com inteligência, que atualmente faz o plantio de forma facilitada e rápida. Costumo dizer que a agronomia é uma ciência completa. O engenheiro agrônomo pode atuar diretamente como consultor fazendo assistência técnica, responsável por laboratório de solos, empresa de armazéns gerais, de fertilizantes, por revenda por receituário agronômico. Na prestação de serviços, para governo, prefeitura, pericias judiciais, além de ser um agente fiscal no conselho federal e regional no auxílio das fiscalizações, em fim em diversas áreas esse profissional pode atuar, existem vários ramos no mercado de trabalho.

Gecom- O que faz um engenheiro agrônomo?

Clóvis Albuquerque- Esse profissional faz uma série de funções. O Engenheiro Agrônomo é quem planeja, organiza e acompanha o preparo e o cultivo do solo, cuida da alimentação, da reprodução e do abate de animais, além de gerenciar o armazenamento, a industrialização e a comercialização de alimentos de origem animal e vegetal, entre outras atividades dentro da agronomia. Vale ressaltar que tivemos a chegada da Revolução Verde, que desenvolveu técnicas químicas capazes de dar maior resistência às plantações de grãos além de otimizar os métodos de produção agrícola.

Dessa forma outros países subdesenvolvidos adotaram as novas práticas, que rapidamente se popularizaram no resto do mundo. É uma das peças importantes para que fosse feita a transferência de tecnologia para chegar na ponta para o produtor rural executar.

Texto: Cristina Cavaleiro/ Fotos: Igor Bastos/ Equipe de Comunicação Crea-MT





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