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Sexta - 26 de Fevereiro de 2021 às 07:27
Por: Pablo Rodrigo/Gazeta Digital

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Os deputados que atuaram na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Cartas de Crédito do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) não acreditam que a atual legislatura reabrirá as investigações que apontam dano de R$ 73 milhões aos cofres públicos através de atos de improbidade por parte de membros do MP.

Pelo menos é o que diz o atual presidente da Assembleia, Max Russi (PSB), que foi o primeiro presidente da comissão em 2015. Para ele, não há condições de retomar as investigações, por falta de interesse dos próprios parlamentares.

“Retomar aquela não tem como, teria que iniciar um novo processo de CPI. E hoje eu não vejo essa vontade dos deputados para retomar esse assunto”, disse Russi nesta quinta-feira (25) ao comentar às reportagens do jornal A Gazeta.

Russi deixou a CPI após assumir a secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social (Setas) em 2016 durante a gestão Pedro Taques.

O chefe do Poder Legislativo lembra que a CPI do MP não chegou a ser conclusiva por conta do fim daquela legislatura em 31 de janeiro de 2019. Porém, garante que se apresentarem novo requerimento com 9 assinaturas, abrirá uma nova comissão.

Outro parlamentar que participou da CPI foi Wilson Santos (PSDB), que também deixou a Comissão para assumir a extinta Secretaria de Cidades. Questionado se seria possível retomar a investigação para se votar o relatório, o tucano diz não existe ambiente para um novo embate com o MP.

“Possível é, mas não sei hoje tem ambiente. São 14 novos deputados e não tem nenhum pedido ou desejo por parte de nenhum parlamentar. Mas ficaram dúvidas, e dúvidas se acaba com mais transparência”, disse.

Acesso ao documento

O líder do governo Mauro Mendes (DEM) na Assembleia, Dilmar Dal Bosco (DEM), que também aparece como membro daquela CPI, disse que pediu para deixar a Comissão porque o seu nome teria sido colocado indevidamente.

Porém, com a divulgação do relatório circunstanciado, afirmou que quer rever o caso e pedirá acesso completo aos documentos que foram arquivados pela Assembleia em 31 de janeiro de 2019. “Eu vou pedir esse relatório pra rever. Se tem apontamentos graves, quero ler para ver o que fazer. Não conheço o documento, mas quero ter acesso”, afirmou.

Pressão

Alguns deputados decidiram falar com a reportagem desde que não fossem identificados para evitar problemas com os Ministério Público.

Um deles afirma que a CPI foi o maior enfrentamento que o Legislativo fez com o MP. “Ninguém acreditava que a gente iria investigar”, disse o parlamentar que chegou a participar das sessões como ouvinte. “Muitos parlamentares sofreram pressão. A Assembleia sofreu muita pressão e muita gente também. Então isso foi desmotivando alguns que preferiram esvaziar a Comissão”, diz outro.

Para um membro da atual Mesa Diretora acredita que o MP ao desqualificar a matéria de A Gazeta, prova que muita coisa precisa ser esclarecida. “Eles deveriam ser os primeiros a abrir o órgão e colocar tudo na mesa. Mas invés disso, partiram pro ataque”, finalizou.

Além dos deputados, também compuseram a CPI do MP foram os ex-deputados Oscar Bezerra (PV) e Gilmar Fabris (DEM).





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