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Segunda - 22 de Novembro de 2021 às 06:20
Por: Alecy Alves/Diário de Cuiabá

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Deturpações e mensagens de ódio envenenam o trâmite para criação do Conselho LGBTQIA+
Deturpações e mensagens de ódio envenenam o trâmite para criação do Conselho LGBTQIA+

Esta segunda-feira, 22, é uma data importante na luta pela criação do Conselho Estadual LGBTQIA+. Acontece na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa a discussão e votação do parecer técnico elaborado em favor da criação do Conselho.

A luta da comunidade LGBTQIA+ pela efetivação de um órgão similar ao municipal – sim, já existe um conselho em Cuiabá -, tem sido árdua.

Árdua pela falta de conhecimento, respeito, empatia...

De acordo com que diz Clóvis Arantes, integrante do conselho municipal como representante da Ong Livremente, o embate com os fundamentalistas está sendo pesado.

Esses, diz Clóvis, se posicionam contra e defendem ideias que não tem nada a ver com as funções do conselho. "O conselho não cria leis", reforça ele.

"E não estamos discutindo e buscando privilégios, mas um espaço de debate e elaboração de políticas públicas", completa ele.

Esta semana, em uma mensagem contrária ao conselho, enviada à deputada Janaina Riva por um homem que se intitular pastor, a qual Clóvis Arantes teve acesso, fala da criação de cartilha de incentivo e defesa da homossexualidade nas escolas e de perseguição de cristãos não gays.

"Desafiamos este senhor a apresentar alguma escola e ou material com essa conotação. Se isso for comprovado nós mesmos vamos denunciar", rebate o representante da Livremente.

O que o movimento LGBTQIA+ busca, entre outros direitos, é que as escolas respeitem o nome social adotado pelo aluno na hora de se dirigir ou produzir documentos.

O conselho, assinala, não tem autonomia para inserção de materiais didáticos ou criação de banheiros coletivos nas escolas ou qualquer outro ambiente, como estão disseminando.

No setor da segurança pública, os itens da luta incluem, por exemplo, o fim da violência sofrida pelas travestis quando entram nos presídios.

Quando elas são presas e levadas para a penitenciária têm suas cabeças raspadas e as unhas postiças retiradas, segundo Arantes.

"Arrancam dela a identidade feminina que aqui fora levaram anos para construir", denuncia ele.

Nesse caso, a saída apontada pelo movimento LGBTQIA+ é a criação de mais alas arco-íris, como a que existe no Centro de Ressocialização de Cuiabá, o antigo Presídio do Carumbé.

No campo da saúde, uma das reivindicações que o conselho pode discutir é a implantação de um ambulatório trans. Ou seja, um centro de tratamento para transição da identidade sexual.

A oferta desse atendimento tornaria seguro o caminho para essa mudança. Sem assistência, as pessoas vão continuar correndo riscos de morrer ao injetar óleo de caminhão e hormônios em seus corpos.

A previsão é que a proposta de instituição do Conselho Estadual LGBTQIA+ entre na pauta de votação da sessão plenária da AL mato-grossense na terça-feira, 23.





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