"Ou endurecemos as leis ou sofreremos as consequências", diz Mauro sobre confisco de terras

Apesar de não ter sido bem recebida por alguns deputados estaduais, o governador Mauro Mendes (UB) defendeu, na quinta-feira (1°), a proposta de confisco de terras de quem praticar desmatamento ilegal. A ideia foi apresentada por ele durante participação na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (Cop 27), no Egito.

"O mundo está mudando e entrando no que chamamos de mercado de baixo carbono. E o parlamento europeu já está estudando a proibição de suas empresas em comprar de quem pratica desmatamento. Tô falando de desmatamento zero e não ilegal. Por isso eu disse sobre perdimento ou confisco da terra como punição aos que insistem em desmatar ilegalmente. Não podemos aceitar que 1% prejudique 99%", colocou Mendes.

"Ou endurecemos as leis para resolver os problemas, ou então poderemos sofrer as consequências por irresponsabilidade de alguns que insistem em desmate ilegal", finalizou.

O deputado estadual Carlos Avallone (PSDB) afirmou recentemente que proposta causou "muito desconforto" aos produtores mato-grossenses. Ele criticou a fala do governador por isentar o Estado de responsabilidade sobre as burocracias que tornam morosos os processos de licenciamento ambiental.

Anteriormente, a deputada Janaína Riva já havia repudiado a declaração. Nos corredores da Assembleia Legislativa, a parlamentar afirmou que a ideia poderia ser linda para a comunidade internacional, mas que seria "muito ruim" para Mato Grosso. Na mesma linha, o presidente da Comissão de Meio Ambiente disse que "em tese" a fala é "linda", mas causou "muito desconforto" no interior do Estado.