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Agronegócios
Sábado - 16 de Março de 2024 às 10:53
Por: Marianna Peres/Diário de Cuiabá

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Dirceu Portugal Fotoarena Folhapress

A safra mato-grossense de grãos e algodão recebeu o sexto corte seguido nas estimativas de oferta para o ciclo 2023/24

A safra mato-grossense de grãos e algodão recebeu o sexto corte seguido nas estimativas de oferta para o ciclo 2023/24, conforme o 6º Levantamento divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Com mais um corte de perspectivas, Mato Grosso, maior produtor nacional, deverá registrar perdas anuais de 15,6%, o maior entre os estados que são grandes produtores agrícolas, e quase o dobro da projeção para o país, que também aponta recuo sobre a safra anterior: 7,6%.

Soja e milho, nessa ordem, puxam os resultados para o campo negativo.

Somente na sojicultura, a oferta vislumbrada pela Conab será de pouco mais de 37,56 milhões de toneladas (t), queda anual de 17,6%, mesmo com uma área 0,4% maior, chegando ao recorde de 12,13 milhões hectares.

No ano passado, por exemplo, a oferta mato-grossense foi de 45,60 milhões t.

Se a safra atual consolidar o patamar de 37,56 milhões t, Mato Grosso seguirá pelo segundo ano ofertando mais milho do que soja e a produção da oleaginosa vai retroagir ao saldo próximo da temporada 2021/22.

Em relação ao milho, todo produzido em segunda safra em Mato Grosso, a queda anual está projetada pela Conab em 16,2%, com a oferta saindo do recorde de 50,73 milhões t para cerca de 42,48 milhões t nesse ciclo.

A área destinada ao cereal recuou 10%, saindo de 7,36 milhões hectares para 6,63 milhões.

O algodão, que forma o rol dos cultivos mais importantes do agro mato-grossense, vai na contramão das perdas e surge com números positivos. A área plantada cresceu 18,4%, cobrindo 1,40 milhão de hectares.

A produção de pluma deve ser de 2,6 milhões t, alta anual de 15,5%.

Conforme os técnicos da Conab, desde o início da presente safra até meados de dezembro, as condições climáticas foram variáveis e desfavoráveis nas principais regiões produtoras.

Essas instabilidades climáticas provocaram perdas significativas na produtividade das culturas, sobretudo na da soja, principal produto cultivado no período e que registra impactos na produtividade e na sanidade.

A área cultivada também deve ser diminuída, mas em um percentual menor em torno de 0,5%, projetada em 78,1 milhões de hectares.

A produção brasileira de grãos na safra 2023/24 deverá atingir 295,6 milhões de toneladas.

O volume representa uma queda de 7,6% no resultado obtido no ciclo anterior, ou seja, 24,2 milhões de toneladas a menos a serem colhidas.

A queda é reflexo, principalmente, da redução em torno de 7,1% na produtividade média esperada, que sai de 4.072 quilos por hectare para 3.784 kg/ha.

BRASIL - Com uma colheita que atingiu, no início de março, 47,9% da área semeada, a soja pode registrar uma produção de 146,9 milhões de toneladas, redução de 5% sobre a safra anterior.

De acordo com o documento, a queda verificada se deve às baixas precipitações e às temperaturas acima do normal nas principais regiões produtoras.

No entanto, em locais em que o grão foi semeado mais tardiamente as precipitações têm favorecido o desenvolvimento das lavouras.

Com os trabalhos de colheita da soja avançando, o plantio do milho segunda safra ocorre dentro da janela nos principais estados produtores, como Mato Grosso e Paraná. Ainda assim, a área destinada para a cultura deve cair 8,3%, estimada em 15,76 milhões de hectares.

As condições climáticas têm favorecido a implantação do cereal, com exceção de parte de Mato Grosso do Sul.

A expectativa é que apenas na segunda safra sejam colhidas cerca de 87,35 milhões de toneladas do grão.

A colheita da primeira safra, quando são esperadas 23,41 milhões de toneladas, já atinge 32,9% da área cultivada. A produção total do cereal está estimada em 112,75 milhões de toneladas.

Para o arroz, a área plantada apresenta um crescimento de 4,7%, chegando a 1,55 mil hectares, o que leva a uma expectativa de produção de 10,55 milhões de toneladas.

A semeadura nas principais áreas produtoras no país já foi concluída, apesar das adversidades climáticas.

No Rio Grande do Sul, por exemplo, as chuvas excessivas e enchentes ocorridas durante o plantio inviabilizaram a operação em alguns locais.

No caso do feijão, a nova estimativa traz uma colheita total em torno de 3 milhões de toneladas.

A primeira safra do produto teve uma oferta ajustada, o que influenciou nos preços praticados.

Diante desse cenário, a segunda safra da leguminosa apresenta aumento na área cultivada, o que poderá refletir em uma maior produção.

Com o plantio praticamente finalizado, o algodão registra uma área plantada de 1,93 milhão de hectares, aumento de 16,3% quando comparada com a safra anterior.

A elevação reflete o preço e as perspectivas de comercialização da fibra.

O clima vem favorecendo as lavouras e a expectativa é que a produção da pluma atinja 3,56 milhões de toneladas, estabelecendo um novo recorde na série histórica caso o resultado se confirme.

Já para o trigo, principal produto cultivado entre as culturas de inverno, a estimativa atual indica a produção em 9,6 milhões de toneladas.

MERCADO – Com o novo ajuste na produção de soja, as exportações também serão reduzidas em 1,83 milhão de toneladas, saindo de uma estimativa de 94,16 milhões de toneladas para 92,33 milhões de toneladas.

Diante desse cenário de quebra de safra atual, as projeções de importações também foram aumentadas de 200 mil toneladas para 800 mil toneladas.

Para o milho e arroz, as projeções permaneceram praticamente estáveis.

Para o algodão, a expectativa é que as exportações cresçam 53%, chegando a 2,48 milhões de toneladas.

Já com relação ao consumo brasileiro de pluma, a expectativa é que haja crescimento de 7,35% nesta safra, chegando a 730 mil toneladas em 2024.





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