Repórter News - reporternews.com.br
Politica Brasil
Terça - 26 de Junho de 2012 às 11:02

    Imprimir


Com 15 votos favoráveis, o Conselho de Ética do Senado aprovou por unanimidade, na noite desta segunda-feira (25.06), parecer pela cassação do mandato do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) por quebra de decoro parlamentar. O pedido de cassação segue agora para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Depois, será analisado pelo Plenário, onde o voto é secreto.

 


Embora não faça parte do Conselho, o senador Pedro Taques (PDT-MT) participou da sessão, manifestando-se favorável ao parecer do relator, senador Humberto Costa (PT-PE). O relator considerou que Demóstenes recebeu vantagens indevidas, praticou irregularidades graves no desempenho do mandato e teve comportamento incompatível com a ética, constituindo-se num "braço político” da organização criminosa comandada por Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso desde fevereiro por exploração de jogos ilegais, corrupção, lavagem de direito e por outros crimes.

 


"Não há nada pior do que saber o que é certo e não fazê-lo. Demóstenes sabia que o quês estava fazendo era errado, ilegal. Não é razoável que o senador não soubesse da atividade ilícita e criminosa exercida pelo grupo Cachoeira.", afirmou Pedro Taques. Em seguida, o senador parafraseou Pe Antônio Vieira,  "O caminho da verdade é único e simples. O da falsidade vários e infinitos”, afirmando que é dever de todo parlamentar escolher a verdade.

 


O mato-grossense lembrou que chegou a conversar com Demóstenes Torres antes do discurso, proferido no início de março, em que afirmou que sua relação com o bicheiro Carlinhos Cachoeira era só de amizade. Na avaliação de Pedro Taques, Demóstenes mentiu.

 


Em seu relatório de 79 páginas, permeadas por citações de juristas, filósofos e até de artistas, Humberto Costa citou três intervenções do senador Pedro Taques, feitas durante a defesa de Demóstenes Torres ao Conselho. Nelas, Taques questiona Demóstenes sobre a relação com oficiais da Polícia Militar em Goiás e sobre a jornalista Bruna Bordoni, que  chegou a ser nomeada para o gabinete de Torres e não foi aprovada no exame médico.

 


No relatório, Humberto Costa considerou impossível que Demóstenes Torres, como ex-secretário de segurança pública de Goiás e ex-chefe do Ministério Público daquele Estado, não soubesse das atividades ilícitas de Cachoeira. Para Humberto Costa, ficou claro que "a vida política do senador Demóstenes, desde 1999, gravita em torno dos interesses de Carlinhos Cachoeira no ramo de jogos de azar”. O relator foi além: "até as pedras de Pirenópolis” sabiam do envolvimento de Cachoeira com a contravenção penal.

 


Durante a sessão, Pedro Taques enfatizou ainda que a decisão do Senado em relação ao processo de cassação do senador Demóstenes Torres refletirá diretamente na imagem da instituição. "Somos todos iguais? Esse será o julgamento da consciência de cada membro desta Casa”, finalizou Pedro Taques.






Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/48262/visualizar/