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Repórter News - reporternews.com.br
Ciência/Pesquisa
Quinta - 07 de Novembro de 2013 às 19:29

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Cientistas anunciaram nesta quarta-feira (06) ter encontrado um "manto de invisibilidade" que permite ao vírus da imunodeficiência humana adquirida (HIV), causador da Aids, invadir as células humanas sem ser notado e se replicar sem ativar o sistema imunológico.



Eles também conseguiram "expor" o vírus em células cultivadas em laboratório usando um medicamento experimental - feito que pode levar a tratamentos novos e mais eficazes contra o HIV -, escreveram os pesquisadores em artigo publicado na revista científica britânica "Nature".


 
A equipe identificou duas moléculas dentro das células humanas que são "recrutadas" pelo HIV após a infecção para ajudar a protegê-lo e, assim, atrasar a resposta imunológica.


 
De acordo com o comunicado, os cientistas administraram uma droga experimental, com base em ciclosporina, amplamente usada pra evitar a rejeição de órgãos em pacientes transplantados porque reprime o sistema imune.


 
Os cientistas descobriram que a medicação conseguiu evitar que o vírus utilizasse estas moléculas como disfarce.


 
"A equipe usou uma versão modificada da droga, que bloqueia os efeitos das duas moléculas-disfarce sem anular a atividade imunológica", destacou o comunicado.

 
"A esperança é que um dia nós consigamos desenvolver um tratamento que ajude o corpo a se livrar do vírus antes que a infecção consiga tomar conta", afirmou o co-autor do estudo, Greg Towers, da Universidade College de Londres, em um comunicado do fundo Wellcome Trust, que co-financiou a pesquisa.


 
O sistema imunológico do corpo é a linha de frente da defesa contra as infecções e conta com um "sistema de alerta" em cada célula para detectar bactérias ou vírus invasores.


 
Quando o alarme dispara, a célula ativa a resposta antiviral e alerta as células vizinhas para que façam o mesmo.


 
Mas o vírus da HIV infecta os glóbulos brancos vitais do sistema imunológico e por algum tempo se replica, sem ser detectado, antes de ativar o sistema de alerta. Uma peculiaridade que os cientistas têm perdido o sono para compreender.


 
"O HIV é extremamente competente em se esconder das defesas naturais do nosso corpo e esta é em parte a razão para que o vírus seja tão perigoso", afirmou Towers.


 
"Agora que identificamos o manto de invisibilidade do vírus e como expô-lo, descobrimos uma fraqueza que poderia ser explorada para novos tratamentos do HIV", acrescentou.


 
O HIV é um retrovírus que insere seu código genético, o DNA, no genoma de linfócitos CD4+T, que atuam no sistema imunológico, transformando-os em fábricas de vírus.


 
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em todo o mundo, 35,3 milhões de pessoas vivem com HIV, que destrói o sistema imunológico e já matou 25 milhões de pessoas desde que a Aids foi detectada pela primeira vez, no começo dos anos 1980.


 
Os tratamentos existentes ajudam as pessoas infectadas a viver mais e a terem vidas mais saudáveis, mas não curam a Aids. Muitas pessoas que vivem em comunidades pobres não têm acesso a esses medicamentos e ainda não existe uma vacina para a doença.





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