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Economia
Segunda - 06 de Fevereiro de 2012 às 18:34

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A manutenção dos contratos de varejistas nos três aeroportos leiloados nesta segunda-feira não está totalmente garantida.

De acordo com o presidente da Infraero, Gustavo do Vale, "existem cláusulas que permitem a renegociação antes do fim dos contratos", e caberá às novas concessionárias dos aeroportos redefinir valores com os varejistas.

"A princípio, vale o que foi negociado. Mas é questão de negociar", disse Vale.

A Infraero iniciou recentemente um processo de relicitação de 5.244 espaços comerciais nos aeroportos de sua rede, com novos contratos de aluguel que aumentam em até oito vezes os valores praticados antes disso.

Esses espaços incluem lojas, lanchonetes e estacionamentos, por exemplo.

Quanto ao ágio --percentual do valor alcançado em relação ao mínimo exigido-- ao obtido no leilão, Vale afirmou que o valor de outorga é "muito mais do que suficiente" para sustentar investimentos na rede mantida pela Infraero.

A outorga, no entanto, entrará no caixa do governo em parcelas anuais --ao longo dos contratos de concessão dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília, com duração entre 20 anos e 30 anos.

VALORES

O consórcio formado pela Invepar, com a ACSA, da África do Sul, como operador, venceu o leilão de concessão do aeroporto de Guarulhos. O lance foi de R$ 16,2 bilhões, com ágio de 373,5%. O mínimo era de R$ 3,4 bilhões.

O leilão para concessão do aeroporto de Campinas foi vencido pelo consórcio Aeroportos Brasil, com o operador Egis Avia (França). O lance foi de R$ 3,8 bilhões, com ágio de 159,7%. O mínimo era de R$ 1,5 bilhão.

Já o consórcio Inframérica, com a Corporación América (Argentina) como operador, venceu o leilão de concessão do aeroporto de Brasília. O lance foi de R$ 4,5 bilhões, com ágio de 673%. O mínimo era de R$ 582 milhões.

PERFIL

O consórcio que levou o aeroporto de Guarulhos é formado pela Invepar (90%) e ACSA (10%). A Invepar é formada pela OAS e por fundos de pensão estatais. Já a ACSA opera nove aeroportos na África do Sul --entre eles os da Cidade do Cabo e Johanesburgo-- desde 1993, quando foram privatizados. As unidades recebem 38 milhões de passageiros ano. Tem entre seus sócios a Aeroporti Di Roma (Itália).

Já o grupo que conquistou o aeroporto de Campinas é formado por Triunfo (45%), UTC (45%) e Egis Avia (10%). A Egis trabalha em várias áreas da aviação civil. Opera 11 aeroportos no mundo, com 13 milhões de passageiros por ano, entre eles os da Costa do Marfim, Gabão e da Ilha de Bora Bora, na Polinésia Francesa.

O Inframérica, que levou Brasília, é formado por Infravix (50%) --uma empresa do grupo Engevix-- e Corporación América (50%). A Corporación América controla 40 aeroportos em países como Equador, Peru, Itália e Armênia. A principal operação é na Argentina, onde ganhou a privatização de 33 aeroportos que movimentam 23 milhões de passageiros ano. É a operadora do primeiro aeroporto privatizado no Brasil (São Gonçalo do Amarante, em Natal) que ainda será construído.





Fonte: DO VALOR

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