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Economia
Sexta - 13 de Janeiro de 2012 às 08:24
Por: MARIANNA PERES

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Para o economista e sócio-proprietário da PR Consultoria, em Cuiabá, Carlos Vitor Timo Ribeiro, os resultados recordes – em vários aspectos – das exportações mato-grossenses em 2011 mostram que “no tocante às compras e vendas externas, Mato Grosso esteve imune aos efeitos da crise internacional”. Conforme dados divulgados na última quarta-feira, as exportações acumuladas somaram US$ 11,09 bilhões em 2011, alta de 31% em relação aos US$ 8,45 bilhões de 2010. As importações cresceram 60% saindo de US$ 989 milhões para US$ 1,57 bilhão “o que valoriza ainda mais nosso superávit no período, o quatro maior do Brasil”.

O superávit – saldo das exportações menos as importações – estadual respondeu isoladamente por praticamente um terço do saldo do país tornando-se o quarto maior no ranking dos estados, perdendo apenas para Minas Gerais, Pará e Rio de Janeiro, “o que reafirma a nossa importância para a economia brasileira na geração de divisas”. A Balança Comercial de Mato Grosso cresceu 27,6% em relação a 2010, somou US$ 9,52 bilhões ante US$ 7,46 bilhões. De janeiro a dezembro de 2011, o estado brasileiro que registrou o maior superávit na balança comercial foi Minas Gerais, com saldo de US$ 28,36 bilhões. Na sequência, aparecem os estados de Pará (US$ 16,99 bilhões), Rio de Janeiro (US$ 10,46 bilhões), Mato Grosso (US$ 9,52 bilhões) e Espírito Santo (US$ 4,42 bilhões). Os estados mais deficitários, no período, foram: São Paulo (US$ 22,25 bilhões), Amazonas (US$ 11,81 bilhões), Santa Catarina (US$ 5,80 bilhões), Pernambuco (US$ 4,33 bilhões) e Maranhão (US$ 3,23 bilhões).

Outro resultado positivo proporcionado pelo desempenho do comércio internacional, como destaca Timo Ribeiro, é a retomada do comportamento histórico das exportações estaduais com evolução anual em dois dígitos. “Entre o ano de 2000 quando rompemos a marca de US$ 1 bilhão até 2011, agregamos 10 bilhões de dólares às nossas exportações, um aumento nominal de 974% em 12 anos, registrando praticamente 22% de aumento anual médio”.

GRÃOS - No período, os embarques de soja em grão aumentaram praticamente 235%, contra 183% para o farelo e 191% para o óleo de soja. Para cada tonelada de soja esmagada, há um rendimento industrial médio de 80% de farelo e de 18% de óleo degomado. “Se utilizarmos os mesmos índices de rendimento industrial, teríamos esmagado em 2000 apenas para atender contratos de exportação o equivalente a 1,83 milhão de toneladas de soja-grão, isto é, 63% do volume físico exportado, enquanto em 2011, o equivalente esmagado seria de 5,17 milhões de toneladas e o que corresponde a apenas 53% das exportações de soja-grão. Isto mostra que há 12 anos, proporcionalmente, esmagávamos mais soja-grão do que agora e explica o descompasso evolutivo do desempenho das exportações do grão e de seus derivados dado o enorme apetite asiático e europeu por nosso grão”.

Outro ponto considerado “espetacular” pelo economista nesses últimos doze anos é a ascensão dos embarques de milho e de algodão. “Em 2001 as exportações das duas commodities eram praticamente iguais, 62,50 mil toneladas de milho e 69,50 mil t de algodão. Em 2000 praticamente não havia registro estatístico para tais produtos e em 2011, o milho foi o terceiro produto mais exportado da pauta estadual, mais de 6,08 milhões de t e o algodão aproveitou a alta de mais de 40% sobre as cotações para ampliar em 22% o volume embarcado de pluma que somou 391 mil t”.

CARNES - No complexo carnes (bovinos, suínos e aves) o destaque positivo é a carne de frango que atingiu a marca histórica de 213,29 mil toneladas, superando em 2011 o volume embarcado de carne bovina que foi de 178,5 mil toneladas no acumulado do ano. “É um feito histórico. Mostra o crescimento acelerado dos embarques de carne de frango e a avicultura se consolidando como uma nova e dinâmica cadeia produtiva estadual, oportunizando a agregação de valor via conversão de proteína vegetal em proteína animal”.

Como acrescenta, nesses 12 anos, fica evidente o forte crescimento das vendas externas da cadeia produtiva da carne mato-grossense, que se sobrepõe à diversos embargos e outros entraves estruturais, principalmente na logística”. Timo Ribeiro acredita que o desempenho deverá continuar positivo nos próximos anos, dada a enorme vantagem competitiva derivada da oferta elástica de grãos, em Mato Grosso, “o que oportuniza a produção de carne a baixo custo. Além disso, há um evidente aumento da demanda elástica e crescente do consumo de proteína animal via efeito riqueza, principalmente nos países emergentes, como os asiáticos e até mesmo o Brasil”.





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