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Variedades
Segunda - 26 de Dezembro de 2011 às 23:07

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Nada de desprezar os velhos desenhos que você fazia quando era pequeno. Aqueles rabiscos com rostos assustados, bocas tortas e olhos arregalados podem ter ajudado os nossos primatas ancestrais a sobreviverem nas selvas pré-históricas, diz um novo estudo da revista "Current Directions in Psychological Science", publicada pela Associação de Ciências Psicológicas dos Estados Unidos. Para os pesquisadores, o medo e outras expressões faciais podem ter evoluído de simples resposta do organismo ao papel de sinalizador dos sentimentos.

O clássico quadro do norueguês Edvard Munch,
O clássico quadro do norueguês Edvard Munch,
"O grito", retrata uma expressão inconfundível de medo



A ideia básica da pesquisa é mostrar que as expressões faciais específicas estão associadas a cada emoção em particular por conta de uma razão evolutiva, dizem os autores do estudo, Azim F. Shariff, da Universidade de Oregon, e Jessica L. Tracy, da Universidade da Colúmbia Britânica (UBC). Ou seja: assim como a vida social tornou-se importante para o sucesso evolutivo de certas espécies, as expressões faciais também tiveram seu papel social. Um rosto feliz, por exemplo, comunica que está tudo bem, não há ameaças, enquanto um rosto envergonhado diz que há o desejo de alcançar a calmaria.

 

O estudo indica que algumas expressões emocionais são universais, mesmo em áreas remotas do planeta, em que não há tanta exposição às mídias. Isso sugere que as pessoas sempre sabem o que é um rosto assustado ou um olhar triste, diz Azim F. Shariff. E não é só por meio das culturas, mas também no sentido de espécie. "Nós compartilhamos uma série de expressões similares, incluindo o orgulho, com os chimpanzés e outros macacos", diz o pesquisador, indicando que isso é uma prova contundente de que as expressões apareceram pela primeira vez em um ancestral comum.

 

A teoria de que expressões faciais emocionais evoluíram é considerado um tema controverso na psicologia, afirma outro artigo da "Current Directions in Psychological Science". Nesse estudo, é dito que as evidências sobre como as emoções evoluíram ao longo dos séculos não são conclusivas.

 

Para os pesquisadores Shariff e Tracy, ainda são necessárias mais pesquisas até que se tenha um resultado acertado, mas tudo vai a favor da tese ressalta por eles. "Muito do que estamos propondo aqui não seria controverso para outros biólogos", afirma Shariff. "Os conceitos específicos são bastante comuns quando se discute a evolução dos animais. Sendo assim, expressões faciais que começaram como parte da resposta do organismo a uma situação podem sim ter evoluído até se tornarem sinais sociais", diz.

 


 






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