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Economia
Sexta - 11 de Novembro de 2011 às 19:27
Por: Karla Mendes

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A Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel) fará a primeira certificação de operadores que atuam no mercado de energia elétrica. Será uma espécie de "ISO", que dará mais transparência, profissionalismo e segurança ao setor, assim como acontece no mercado de capitais, avalia Reginaldo Medeiros, presidente da Abraceel.

"É o selo de qualidade do profissional da área de energia. É o próprio mercado se organizando para oferecer mais qualidade para o consumidor, além de dar mais transparência e profissionalismo para o setor", disse Medeiros à Agência Estado. Segundo ele, a certificação de profissionais da área de energia é comum em outros países, mas é a primeira vez que essa iniciativa ocorrerá no Brasil.

O público alvo da certificação atinge profissionais dos segmentos de comercialização de energia, que abrange geradores, consumidores livres e comercializadores de energia elétrica. Segundo Medeiros, hoje atuam no mercado cerca de 100 comercializadores de energia. Desse total, 50 são associados da Abraceel e detêm 98% do mercado, segundo o dirigente.

Para fazer a certificação, a entidade promoveu um processo de seleção, que teve 102 inscritos. A certificação terá validade de quatro anos. "Depois desse período, os agentes têm que se submeter a uma avaliação para aferir a evolução de seus conhecimentos", explicou Medeiros.

O resultado das provas será divulgado na próxima segunda-feira e a entrega simbólica dos certificados ocorrerá no 3º Encontro Anual do Mercado Livre, que será realizado entre os dias 17 e 19 de novembro em Salvador, na Praia do Forte.

Redução nos pedidos da CCEE

A certificação de operadores que atuam no mercado de energia deve reduzir o número de pedidos de recontabilização na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). A avaliação é de Luciano Freire, conselheiro da CCEE. "Com a certificação, a tendência é que essas falhas tenham uma redução", disse Freire à Agência Estado.

Em 2010, foram registrados 156 pedidos na CCEE. Este ano, já foram contabilizadas 121 ocorrências até outubro. Como as operações são bastante complexas e 100% delas são realizadas no mercado de balcão, ou seja, por meio de contratos bilaterais, o conselheiro explica que elas ocorrem "com uma certa frequência", pois podem ocorrer por erro até por perda de prazo do operador.

Para fazer a recontabilização, é cobrada uma taxa de R$ 5.650 por pedido, pois todo o processo precisa ser refeito pela CCEE. "A certificação pode ter reflexo também na diminuição nos custos operacionais", observou o conselheiro.

Isso porque o valor pago para fazer o processo de recontabilização é repassado para o consumidor ou o comercializador, conforme as cláusulas do contrato. Dependendo da situação, acaba refletindo também nos preços da energia vendidas por meio de contratos futuros.

Além disso, Freire considera que a iniciativa trará mais profissionalismo ao setor. "Traz mais profissionalismo para o mercado e é também um diferencial para as comercializadoras e operadores do mercado em relação a quem não tem a certificação", observou Freire.

Outra vantagem, segundo o conselheiro, é que a certificação dá uma "garantia" de que o profissional tem profundo conhecimento do setor. "A iniciativa é bastante positiva, no sentido de trazer mais profissionalismo melhor qualidade de pessoas que trabalham com energia", disse Freire à Agência Estado.






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