Lucro refere-se ao acumulado até setembro
Um ano após rombo, Panamericano tem lucro de R$ 53,5 milhões

Exatamente um ano após a descoberta de um rombo de R$ 2,5 bilhões em suas contas, o Banco Panamericano divulga seus resultados dos primeiros nove meses de 2011. A instituição financeira voltou ao azul no balanço de junho, e manteve o lucro em setembro, que foi de R$ 53,5 milhões. No terceiro trimestre, registrou lucro de R$ 2,8 milhõesEm comunicado de resultado, o banco diz que sua carteira total de crédito somou R$ 10,5 bilhões ao final do trimestre, um aumento de 3,9% sobre os R$ 10,1 bilhões de junho. A captação total atingiu R$ 11,2 bilhões no trimestre, crescimento de 9,4% sobre junho. Os ativos totais somaram R$ 12,8 bilhões, aumento de 7,1%, e o patrimônio líquido caiu 8,5%, para R$ 1,2 bilhão. A margem financeira aumentou de 12,9% para 14,1%.

Depois do rombo

O banco lembra que, em novembro de 2011, foram descobertas irregularidades e inconsistências contábeis nas contas do PanAmericano. O anúncio de que a instituição precisava de um aporte de R$ 2,5 bilhões foi feito em 9 de novembro. Como não era possível reconstituir de forma apropriada as demonstrações financeiras anteriores a novembro de 2010, a administração que assumiu
suas funções naquela data diz que não encontrou alternativa a não ser estabelecer uma nova base contábil confiável. Por isso, as informações trimestrais de 2011 não são comparáveis às de 2010.

Em 31 de janeiro de 2011, o Grupo Sílvio Santos, então controlador do Panamericano, fechou um contrato para vender o banco ao BTG Pactual, de André Esteves, que se comprometeu a comprar a totalidade das ações do grupo por R$ 450 milhões, corrigidos. O pagamento efetivo poderá ser feito a qualquer momento, a critério do BTG Pactual, até 31 de julho de 2028, ficando o valor a ser pago limitado à importância máxima de R$3,8 bilhões.

Na mesma data, o BTG Pactual e a Caixa Participações, que havia assumido as operações do Panamericano, celebraram novo acordo de acionistas, com entrada em vigor após a conclusão da transferência do controle, incluindo a substituição do então controlador pelo BTG Pactual e a manutenção das principais condições do acordo anterior.

Outras medidas firmadas no mês de janeiro de 2011 afetaram positivamente a estrutura de liquidez e o capital. O escopo destas medidas incluiu, entre outras, a cessão de créditos sem coobrigação
no montante aproximado de R$ 3,5 bilhões, diz o banco em nota.

No começo de maio de 2011, o Banco Central (BC) aprovou as eleições dos diretores ocorridas
nas reuniões do Conselho de Administração realizadas de abril. Com isso, José Luiz Acar Pedro (Diretor Superintendente), Eduardo Nogueira Domeque, Iuri Rapoport, Leandro de Azambuja Micotti, Paulo Alexandre da Graça Cunha, Paulo Henrique Bezerra Rodrigues Costa e Willy Otto Jordan Neto passaram a integrar a diretoria do banco.

A compra pelo BTG foi concluída em 27 de maio de 2011. Em 13 de junho, o BC aprovou de forma definitiva a transferência de ações. Com a compra, o Panamericano pôde cumprir a obrigação de oferecer resgate antecipado aos detentores de notas sênior com vencimentos em 26 de outubro de 2012 e 04 de agosto de 2015, cujas emissões totalizavam, respectivamente, US$ 200 milhões e US$ 300 milhões. Esta opção teve a adesão de notas com valor total de principal de US$ 900 mil na emissão com vencimento em 2012 e US$ 11,4 milhões na emissão com vencimento em 2015.

Também no mês de julho e como parte das ações para redução dos custos de captação, o banco exerceu sua opção de resgatar antecipadamente e cancelar a totalidade da emissão de notas subordinadas com vencimento em 18 de julho de 2016, com valor total de principal de US$ 125 milhões e cupom em dólares de 11% ao ano.

Ainda em razão da mudança de controle, o BTG Pactual realizou uma oferta pública de ações aos
acionistas minoritários, na qual foram asseguradas as mesmas condições acordadas para a compra das ações do antigo acionista controlador. Em 16 de setembro de 2011, o leilão foi realizado por meio do sistema eletrônico de negociação da Bovespa. Nele, o BTG Pactual comprou 4.552 ações preferenciais do Panamericano, que representam 0,004% das ações dessa espécie.