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Economia
Terça - 18 de Outubro de 2011 às 14:07

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne hoje e amanhã para decidir a nova taxa básica de juros (Selic), atualmente em 12% ao ano. O mercado financeiro majoritariamente aposta em mais um corte de 0,5 ponto porcentual, como está expresso na pesquisa Focus, feita pelo Banco Central com analistas financeiros, e nas apostas de juros no mercado futuro.

Mas, diante dos dados da semana passada mostrando atividade econômica mais fraca do que se antecipava e do pior cenário externo - com aumento das preocupações com a China - apostas em cortes maiores começam a aparecer. E até quem prevê redução de 0,5 ponto reconhece que há chances de o BC ser mais agressivo.

Bancos como Credit Suisse, RBS e Itaú Unibanco estão prevendo um corte maior que a maior parte do mercado, a despeito do Copom ter dito que faria ajustes "moderados" no juro. Os dois primeiros esperam corte de 1 ponto porcentual, o que levaria a Selic para 11% ao ano, próximo ao nível vigente no fim do ano passado, antes do início do ciclo de aperto monetário.

O Itaú Unibanco espera redução de 0,75 ponto porcentual. "Reconhecemos a sinalização (do BC), mas isso não exclui passos mais rápidos, considerando o enfraquecimento da atividade doméstica no terceiro trimestre", avalia a instituição, lembrando que os dados recentemente divulgados mostrando atividade mais fraca no Brasil são anteriores ao impacto da desaceleração global. "A demanda em desaceleração provocará um profundo ajuste monetário, levando a taxa de juros abaixo de 9% em meados de 2012."

Para Marcelo Gazzano, economista do RBS Global, dados como o da queda de 0,4% das vendas do varejo em agosto, reforçam a aposta em um corte maior dos juros. Ele reconhece que as sinalizações do BC sobre promover ajustes moderados apontariam para mais um corte de 0,5 ponto, mas os números mostrando uma economia em desaceleração e a entrada da China no radar das preocupações do mundo são elementos que sustentariam uma redução maior. "O BC pode dizer que o cenário externo piorou e que internamente houve desaceleração mais intensa do que se esperava", afirmou.

O economista da consultoria Rosemberg Associados Rafael Bistafa aposta em corte de 0,5 ponto porcentual, mas reconhece um aumento no risco de o Copom fazer um ajuste maior. "A probabilidade de um corte maior aumentou por causa dos dados de atividade, como o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do BC), vendas do varejo e da indústria."

Mas ele explicou que, se o Copom agir diferentemente do sinalizado nos seus documentos e também nos mais recentes discursos do presidente Alexandre Tombini, vai criar novos problemas na relação com o mercado, que tem criticado a comunicação da autoridade monetária. Ele lembra que o BC pecou na última reunião ao surpreender o mercado com um corte não sinalizado na Selic.

O economista-chefe do Banco Cooperativo Sicredi, Alexandre Barbosa, tem avaliação semelhante. Para ele, o BC sinalizou 0,5 ponto de corte e, apesar de os dados recentes poderem servir de pretexto para uma redução mais intensa, haveria um dano no processo de coordenação de expectativas. "Será o segundo erro de comunicação em um espaço curto de tempo."
 





Fonte: Do IG

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