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Economia
Terça - 18 de Outubro de 2011 às 07:30
Por: MARIANNA PERES

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O plantio da nova safra de soja, em Mato Grosso, se espalha por todas as regiões e está em um ritmo muito acima do observado em igual período do ano passado, quando ao invés das chuvas, produtores ainda aguardavam pelas primeiras precipitações para dar largada à temporada nacional. Até a última sexta-feira, pouco mais de 21% dos mais de 6,78 milhões de hectares que deverão ser cobertos com a oleaginosa, estavam semeados, percentual que equivale a mais de 1,4 milhão de hectares. Em igual período de 2010, somente 6,7% de uma área 5,8% menor estavam cobertos.

De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o algodão é o grande combustível do produtor neste momento. Se aproveitando das chuvas, ainda irregulares, mas já presentes, o sojicultor acelera as plantadeiras com objetivo de manter a soja dentro da janela de plantio e ainda garantir uma segunda safra. “Influenciados, majoritariamente pelo algodão, os produtores que optaram por plantar a fibra como segunda safra correm para conseguir produzir os grãos da oleaginosa o mais rápido possível, e assim aproveitar todo o clima para a segunda cultura”, diz trecho do Boletim Semanal do Imea. Com o ritmo empregado no campo e com as previsões de mais chuvas a partir de novembro, a expectativa é de os primeiros talhões dessa nova safra de soja sejam colhidos antes da virada do ano. A região com o plantio mais adianto é a médio norte com 33,7% dos mais de 2,64 milhões há semeados. A porção detém sozinha quase 40% da área disponibilizada à cultura. Na lanterninha está a nordeste, a última a dar o start da nova safra. Apenas 4,1% dos 884 milhões há estão semeados.

Mas o sojicultor mato-grossense não está apenas de olho no céu. Tão importantes como as informações meteorológicas são aquelas que vêm do mercado internacional, seja sobre oferta e demanda, como também o saldo da safra norte-americana. Se os atuais fundamentos se mantiveram até abril, quando se encerra a colheita da soja no Estado, é bem possível que este ciclo entre para história como a maior e melhor safra já vista em Mato Grosso. “Se esse cenário positivo {do mercado internacional prosseguir}, o agricultor, além de conseguir um bom período para o cultivo da primeira e da segunda safra {o que em outras palavras quer dizer produtividade}, conseguirá bons resultados no mercado”, aponta o Imea.

Seguindo na mesma linha do otimismo das lavouras mato-grossenses, devido ao último relatório do Departamento de Agricultura Norte-Americano (Usda), que diminuiu os números de área apta à colheita e também reduziu a produtividade da soja dos EUA, “as cotações da oleaginosa reverteram o quadro de queda, a partir do dia 10 e, pela primeira vez depois de uma semana em baixa, o mercado obteve altas significativas”. Com isso, todos os contratos obtiveram ganhos acima de 55 pontos. Na quinta-feira os contratos voltaram a registrar ganhos expressivos ainda sob influência dos dados divulgados pelo Usda. No encerramento da semana o contrato de novembro estava sendo cotado a US$ 12,68/bushel e o contrato março, a US$ 12,85/bushel.

De acordo com o Usda, a projeção para a produção norte-americana do grão na safra 11/12 neste mês reduzirá em 690 mil toneladas, sendo resultante da diminuição da produtividade, que saiu de 46,85 sacas por hectare e foi para 46,51 sacas por hectare, nos principais estados produtores de soja nos EUA. A diminuição na projeção dos estoques iniciais resultou em uma redução evidente na projeção dos estoques finais, em média de 130 mil toneladas.

TEMPO – Conforme dados obtidos pelo Imea, junto à Somar Meteorologia, Mato Grosso apresentou durante a primeira quinzena de outubro uma variação de chuva abaixo do normal, ficando entre 50 milímetros (mm) e 100 mm. A previsão para o próximo mês será de chuvas irregulares e temperaturas mais baixas, e em dezembro a chuva se consolidará, com médias acima do normal na maior parte do Estado.




Fonte: Do DC

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