Ex-diretor vai à seguradora por empresa que faturou a Agecopa

O ex-diretor de Infraestrutura da extinta Agecopa, Carlos Brito, teve lá suas razões políticas, técnicas e pessoais para agir publicamente e também nos bastidores em defesa do programa Multiação, executado pela Prefeitura de Cuiabá com R$ 40 milhões de investimentos, sendo R$ 20 milhões oriundos da ex-autarquia. É que ele tem fortes ligações com a Super Vias, uma das empresas que possuem contrato com o Palácio Alencastro para fazer o trabalho de sinalização de vias urbanas.

Essa vinculação do ex-deputado com a Super Vias foi descoberta agora por causa de um sinistro. Um caminhão da empreiteira foi envolvido num acidente e houve perda total. A empresa pertence a uma pessoa conhecida pelo prenome de Paulo, mas foi o próprio Brito quem procurou pessoalmente a Luma Seguradora para reclamar o ressarcimento. E conseguiu. Foram R$ 120 mil.

O Ministério Público recebeu denúncia sobre esse contrato com a prefeitura para supostamente beneficiar indiretamente Brito e promete apurar o caso. Enquanto diretor da então Agecopa, Brito não poderia ter agido com interesses pessoais para levar a Super Vias a faturar serviços pagos pela prefeitura, mas com parte de recursos transferidos da autarquia da qual ele respondia como diretor de Infraestrutura.

Carlos Brito perdeu o cargo recentemente por causa da extinção da Agecopa, que teve as atribuições transferidas para a secretaria extraordinária da Copa (Secopa-2014). Saiu como "vítima", depois de ter reclamado de supostas manobras da diretoria para implantar o modal VLT em detrimento do BRT em Cuiabá e Várzea Grande.

Brito voltou à militância política.Agora está filiado ao recém-criado PSD. Em sua trajetória já passou por várias legendas, entre elas PSDB, PPS e PDT e ocupou postos no Executivo estaudal, como de secretário de Estado da Casa Civil e de Segurança Pública.