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Internacional
Terça - 19 de Julho de 2011 às 19:01

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O político americano que mais recebeu doações da News Corporation, de Robert Murdoch, é o atual presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, segundo informações da Sunlight Foundation, organização sem fins lucrativos americana.

O levantamento feito pela fundação contabilizou valores doados para campanhas tanto pela própria empresa quanto por seus empregados e familiares.

A Sunlight Foundation ressaltou que o fato de Obama liderar o ranking de maiores recebedores de doações da News Corp. pode "surpreender algumas pessoas" por causa do envolvimento da empresa com políticos oposicionistas. Exemplo disso é Sarah Palin, candidata a vice-presidente em 2008, que tem contrato com a Fox News, controlada por Murdoch, como comentarista.

A notícia vai de acordo com informações de que Murdoch mantém fortes relações com políticos ingleses e americanos. Do total doado pela News Corp., segundo a Sunlight, 51% foram destinados a democratas e 49% a republicanos.

DEPOIMENTO

O magnata da mídia Rupert Murdoch encerrou nesta terça-feira seu depoimento ao Parlamento britânico pedindo reiteradas desculpas pelos erros de seu tabloide, o "News of the World", nas escutas ilegais de milhares de telefones e lamentou não ter agido antes para evitar a proporção da crise.

Murdoch compareceu ao lado do filho e presidente do braço europeu da News Corporation, James, no Comitê de Cultura, Mídia e Esportes da Câmara dos Comuns. Eles foram questionados sobre as escutas ilegais e o pagamento de propina a policiais, uma prática aparentemente comum entre os jornalistas do tabloide para obter informações exclusivas.

Os Murdochs passaram a maior parte das cerca de três horas de depoimento garantindo que não sabiam da extensão da prática em seus veículos e prometendo total cooperação com a investigação policial.

"Eu tenho 52 mil empregados, eu liderei por 57 anos e cometi meus erros. Eu liderei 200 jornais, de diferentes tamanhos, e segui diversas histórias de práticas errôneas", disse Murdoch.

"Em nenhum momento eu fiquei tão enojado como quando ouvi o que aconteceu com a família Dowley e nunca fiquei tão irritado quando soube que o "News of the World" teria causado isso", completou Murdoch, que chegou a pedir desculpas pessoalmente à família da menina Milly Dowley, sequestrada e assassinada.

Seu celular foi acessado por um detetive contratado pelo tabloide e algumas das mensagens foram apagadas, o que serviu de indicação para a família de que ela ainda estaria viva.

"Eu gostaria que eles soubessem o quando eu estou arrependido", disse Murdoch.

"Ouvir as mensagens de seus celulares é errado, pagar policias é errado. São inconsistentes com a política da empresa e não há lugar para isso na minha empresa", disse Murdoch.

"Dizer desculpa não é suficiente, por isso estamos cooperando para que a justiça seja feita. Tenho certeza que o comitê vai entender isso", completou.

ERRO

Murdoch disse ainda que gostaria de ter resolvido o problema dos grampos ilegais muito antes, mas que não sabia que o problema continuava depois da condenação, em 2007, de um jornalista e um detetive particular.

Na época, o editor de assuntos reais do tabloide Clive Goodman e o detetive particular Glenn Mulcaire foram condenados a quatro e seis meses de prisão, respectivamente, por interceptar ilegalmente mensagens de telefones de funcionários da família real.

Murdoch alega que, na época, a polícia determinou que era um caso isolado e a própria publicação fez um inquérito interno sobre o tema que mostrou não haver outros casos.

"Este país deu a mim, minhas companhias e meus empregos muitas oportunidades e estou grato a eles", continuou Murdoch, que, em sua primeira declaração perante ao comitê, disse viver o dia "mais humilde" de sua vida.

"Acima de tudo, espero que entendamos os erros do passado e evitemos cometê-los de novo. Estou comprometido a fazer isso com toda minha força", encerrou.






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