O norte-americano James Ellroy, autor de livros adaptados para o cinema, como Los Angeles ¿ Cidade Proibida e Dália Negra, revelou no sábado (9) na Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), no Rio de Janeiro, sua admiração pelo brasileiro Éder Jofre, campeão mundial de boxe em 1960 e 1973.
"Éder Jofre? Aquele campeão do mundo peso-pena quando eu tinha 12, 13 anos? Foi o lutador mais perfeito que vi na vida", disse, ao ser questionado se conhecia o ex-atleta. "Ele se tornou político, é verdade? Foi prefeito de São Paulo? É um bom político?", seguiu perguntando ao mediador do evento ¿ o atleta foi eleito duas vezes vereador.
"Espero que alguém possa falar para Éder Jofre que sou fã dele, que fiquei uma semana aqui falando bem sobre ele", finalizou.
Pouco antes de falar sobre o ex-boxeador, o norte-americano, amante de música clássica, foi indagado sobre Heitor Villa-Lobos. "Eu gosto de Hector Villa Lobos, o maior compositor brasileiro, eu gosto sim. Estou no Brasil, sou convidado de vocês, vou dizer coisas boas do Brasil".
O escritor destilou seu sarcasmo durante o evento, iniciado com uma performance: a leitura de um trecho de livro, tradicional na programação da Flip, no caso de Ellroy, tornou-se uma encenação do autor, em pé, no meio do palco.
Para demonstrar seu "analfabetismo" em relação às novas tecnologias, foi irônico. "Eu estava no café da manhã hoje e não acreditei no que umas pessoas estavam dizendo: um cara preto foi eleito presidente dos Estados Unidos?", disse, pedindo mais palmas ao público.
Ellroy também comentou sobre sua desenvoltura de falar com o público: "eu deveria ser um demagogo. Quase fui um. Adoro fazer discursos em salas cheias de gente. Eu sou maníaco e é por isso que escrevo livros desse tamanho (apontando para Sangue Errante, que tem 960 páginas). Se eu fosse um compositor, seria Beethoven. Se eu fosse um líder religioso, seria Deus", brincou. "Vamos fazer tudo para divertir a plateia".
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