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Nacional
Sexta - 08 de Julho de 2011 às 10:16
Por: Vitor Abdala

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Apesar da redução do ritmo da inflação oficial nos últimos meses, que, em junho caiu pelo quinto mês consecutivo, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o primeiro semestre deste ano em 3,87%. É a maior taxa para um primeiro semestre desde o de 2003, quando o índice chegou a 6,64%, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No primeiro semestre de 2010, por exemplo, a taxa havia sido 3,09%. Segundo a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina dos Santos, o aumento da inflação na passagem de um semestre para o outro foi influenciado principalmente pela alta de 1,28% nos preços dos serviços, especialmente itens como estacionamento (9,56%), clubes (8,56%), colégios (7,97%), manicure (5,94%), aluguéis (5,87%) e cabeleireiro (5,13%).

"Os serviços vêm aumentando bastante. Neste ano, tiveram um impacto muito grande. Vários serviços importantes no orçamento das famílias vêm apresentando altas aceleradas. As pessoas costumam ser fiéis a serviços como cabeleireiros, manicures. Com a renda familiar mais alta, aquele profissional que detém aquela qualidade de serviço tem mais chance de aumentar seu preço", afirma Eulina.

Além dos serviços, foi percebido um aumento de 1,07% nos itens administrados e monitorados, como ônibus, táxis, trens, combustíveis, cartórios e jogos lotéricos. Já os alimentos, apesar da inflação de 3,11%, serviram para frear o IPCA semestral, já que a taxa do segmento no primeiro semestre de 2011 foi menor do que a observada em igual período de 2010 (4,53%).

A inflação acumulada nos últimos 12 meses, de julho de 2010 a junho de 2011, chegou a 6,71% e é também a maior desde julho de 2005, que havia apresentado uma taxa anualizada de 7,27%.

Perda de ritmo - As quedas de 4,25% no preço dos combustíveis e de 0,26% no dos alimentos foram os principais responsáveis pela redução do ritmo da inflação oficial em junho deste ano. Segundo o IBGE, o IPCA registrou taxa de 0,15% em junho, inferior ao 0,47% de maio. Segundo a coordenadora de Índices de Preços do instituto, Eulina dos Santos, no caso dos combustíveis, a queda é resultado da redução no preço do etanol, provocada pela menor demanda pelo biocombustível devido aos altos preços de meses anteriores e pela safra da cana-de-açúcar.

"O (preço do) etanol caiu bastante e influenciou os preços da gasolina, que também ficou mais barata". Os alimentos tiveram a primeira deflação desde setembro de 2010. "Os alimentos mostraram não só o comportamento das commodities no mercado exterior, (cujos preços) vêm diminuindo nos últimos meses, como também o resultado da safra deste ano, que deve ser 8% maior do que no ano anterior e que está em plena colheita". Entre os produtos que contribuíram para a queda no preço dos alimentos estão cenoura (16,31%), o feijão-preto (-1,56%), as carnes (-1,24%), o frango inteiro (-2,02%) e os pescados (-3,44%).






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