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Repórter News - reporternews.com.br
Saúde
Sexta - 10 de Junho de 2011 às 07:05

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O barulho diário dos aviões que pousam e decolam de Congonhas, em São Paulo, atinge diretamente cerca de 31 mil pessoas que moram  em "zonas de ruído com níveis inaceitáveis", impróprias para habitação, no entorno do aeroporto, segundo revela mapeamento realizado pela Anac - Agência Nacional de Aviação Civil.

São moradores de 9.951 casas dos bairros de Moema, Jabaquara e Itaim, além de 30 "receptores críticos", como escolas e hospitais. O número de pessoas afetadas, porém, pode ser ainda maior. De acordo com a Associação de Moradores do Entorno de Congonhas, o total de residências prejudicadas chega a 60 mil. Em alguns casos, o pico de ruído registrado foi de 96 decibéis, capaz de ensurdecer alguém.  

A fonoaudióloga Isabela Gomes, da Telex Soluções Auditivas, alerta que não só perto de aeroportos, mas em muitos locais nos grandes centros urbanos, medições de ruído mostram alarmantes 90 decibéis. O nível máximo de conforto é de 55 decibéis no período diurno e de 50 decibéis no período noturno. "Nessa intensidade de 90 decibéis, após quatro horas diárias de exposição, o indivíduo terá sua acuidade auditiva afetada".

Embora haja protestos dos moradores de bairros próximos a aeroportos, no cotidiano as pessoas parecem estar a cada dia mais resignadas ao barulho em excesso, dentro e fora de casa. Resultado: estão aumentando os casos de surdez, entre outros distúrbios, já que devido ao estresse causado pelo local barulhento, a pessoa pode ter também dores de cabeça frequentes, problemas estomacais, aumento da pressão arterial e insônia.

“No caso de perda auditiva, como existem pessoas mais suscetíveis aos altos ruídos do que outras, o ideal é consultar um especialista, fazer um exame chamado audiometria para detectar se já existe algum dano à audição e obter as orientações necessárias para prevenir ou impedir o agravamento do problema”, orienta a fonoaudióloga.

Os casos de surdez  vêm crescendo vertiginosamente por causa da poluição sonora. Quem mora em grandes cidades percebe o quanto incomoda o barulho do trânsito, de uma buzina, de uma obra. O pior é que, dentro de casa, muitas vezes, o som alto das TVs, rádios e outros aparelhos é prática corriqueira, que também afeta a capacidade de ouvir. As lesões podem ocorrer após exposição rápida ou prolongada ao ruído. Isso vai depender da predisposição do indivíduo, do tipo e da intensidade do som.

Na maioria das vezes, o uso de aparelho auditivo resolve o problema. Quando a indicação é o uso de prótese auditiva, alguns pacientes se sentem punidos por isso. "Em muitos casos, quando a pesssoa procura tratamento, o caso já está mais grave. A perda se dá de maneira lenta e progressiva e com o decorrer dos anos a deficiência atinge um estágio mais avançado", explica Isabela Gomes. Cabe ao fonoaudiólogo indicar qual tipo e modelo de aparelho é indicado para atender às necessidades do deficiente auditivo. O aparelho será então regulado para tornar os sons audíveis e confortáveis para o paciente.

A fonoaudióloga conclui com um alerta importante. "A perda auditiva induzida por ruído é cumulativa. Qualquer dano à audição vai se somando ao longo do tempo. Os efeitos podem não ser sentidos e a percepção do problema auditivo pode vir tarde demais. A exposição frequente ao barulho pode levar, com o tempo, à perda permanente e irreversível da audição."

 

TABELA DE INTENSIDADE SONORA

• próximo ao silêncio total - 0 dB

• um sussurro - 15 dB

• conversa normal - 60 dB

 • voz humana (alta) - 75 dB

• uma máquina de cortar grama -90 dB

• ruído do metrô - 90 dB

• uma buzina de automóvel - 110 dB

• trovão forte - 120 dB

• um show de rock - 120 dB

• um tiro ou um rojão - 140 dB

• avião a jato na pista - 140 dB






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