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Variedades
Sábado - 04 de Junho de 2011 às 15:45

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Quando aceitei o desafio de Tec de viver uma semana "na nuvem", pensei duas bobagens: que seria fácil e que eu já fazia isso em boa parte do tempo.

No primeiro dia, entendi o quão fora da nuvem eu estava. Preparar uma planilha de plantões foi a primeira derrapada --fui direto ao Excel.

Dei meia-volta e abri uma planilha no Google Docs. Para quem passa o dia todo de navegador aberto, é até mais fácil do que percorrer o caminho até o programa no computador.

A segunda derrapada é mais difícil de explicar e exige um certo grau de intimidade. Portadora de um tumblr de humor interneteiro, eu alimento o site com arquivos em JPEG criados e modificados no glorioso e lo-fi Paint.

Mantive a rotina: abri o programa, mexi, salvei e, quando me lembrei do desafio da nuvem, já havia perdido a segunda batalha.

Voltei à internet. Encontrei três opções interessantes ao Paint: Canvaspaint, Sumo Paint e Pixlr. Este último eu já havia usado para tratar fotos em viagem com um netbook caduco. Na ocasião, aguentou bem.

Desta vez, o Sumo Paint se saiu melhor --mais rápido, menos burocrático e com todos os recursos básicos de tratamento de imagens e desenhos-- e serviu à fabricação das imagens que acompanham este texto.

Ocorre que os textos do site O Pintinho (opintinho.com.br) são escritos em Fixedsys, a fonte mais velha do Windows. E os programas mais à mão para a edição de imagens e desenho on-line, mesmo emulando bem o Paint, traziam às vezes longas listas de fontes sem nada que lembrasse a Fixedsys. Tive de me conformar. Duro mesmo foi descobrir que, para tratar e editar o Pintinho, não foi só a Fixedsys que fez falta.

É incrível e parece coisa da incorreção política dos piores shows de comédia stand-up brasileira declarar que um programa da Microsoft --o Paint!-- pode ser melhor que a internet inteira. Mas é.

Os editores de imagens da internet, em Java ou Flash, nem sempre dão certo. Cortar e colar pode ser um tormento. Pintar uma fogueira com a destreza manual de uma criança de três anos exige um pouco menos que o trabalho que Moisés deve ter tido pra abrir o mar Vermelho.

Exagero, é claro. E tenho aí uns graus de deficiência no trato com programas mais sofisticados de edição de imagens, podemos relativizar. Mas o fato é que a nuvem, ubíqua, ainda não conseguiu abarcar por inteiro o reino da tosqueira que é o Paint.

Vamos em frente. Editamos imagens nos sites citados, redigimos documentos no editor do Google e ali também criamos planilhas que podemos abrir ou imprimir em qualquer lugar. É a vantagem absoluta da nuvem. Ouvimos música à vontade --randômica no Blip.fm, à la carte no Grooveshark.

Mas a música ficou menos portátil: o iPod shuffle, off-line, teve de ser desligado. No celular, a música e os vídeos ficam condicionados à boa vontade do 3G brasileiro. E é aí que o cenário começa a ficar nublado de verdade. (Este texto, ainda sob o desafio da nuvem, foi escrito e medido no lettercount.com).

SEIS POR MEIA DÚZIA

NO LUGAR DE Word e Excel
USEI Google Docs e Lettercount
VEREDICTO Depois do Google Docs, nem parece que o Word ainda existe; para contagem rápida de caracteres fora do Docs, o Lettercount resolve bem

NO LUGAR DO iTunes
USEI Grooveshark e Blip.fm
VEREDICTO Programa que já não é grande coisa, o iTunes fica sem função se o iPad não tem rede; Grooveshark e Blip dão conta de quase tudo na web --a depender do grau de exotismo dos sons

NO LUGAR DE Paint e IrfanView
USEI Sumo Paint e Pixlr
VEREDICTO Faltou a fonte Fixedsys, faltou entrosamento, mas o Sumo Paint deu conta do serviço. O Pixlr, para edição rápida e caseira de fotos, é bom.






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