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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Sábado - 23 de Abril de 2011 às 07:23

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A violenta repressão das forças de segurança sírias aos protestos que pedem a renúncia do ditador Bashar al Assad já deixaram ao menos 88 mortos nesta sexta-feira, indica a agência de notícias Reuters com base em relatos de ONGs de direitos humanos.

De acordo com a Reuters, uma lista com 88 nomes de vítimas dividida por cidades teria sido enviada à agência pelo comitê central das mais relevantes ONGs de direitos humanos com base na Síria.

 

A relação dos mortos atualiza a cifra anterior, que dava conta de ao menos 70 vítimas dos disparos das forças do governo sírio contra os manifestantes.

As ONGs Sawasiah, com sede na Síria, e o Comitê Sírio de Direitos Humanos, com sede em Londres informaram mais cedo que os confrontos tinham deixado 70 mortos.

As mortes ocorreram no distrito de Barzeh, em Damasco, e nos subúrbios de Zamalka, Harasta, Douma, Muadamiya, Qaboun e Hajar al Asswad, em torno da capital. Outros morreram nas cidades de Hama, Latakia, Homs, Hirak, Duma, e Ezra, na província de Deraa, no sul.

De acordo com o ativista Ammar Qurabi a maioria dos mortos foi baleada, e alguns outros morreram após inalarem gás lacrimogêneo.

Após indícios de que grandes protestos estavam organizados para esta sexta-feira, o governo montou logo pela manhã um forte esquema de segurança e diversas cidades começaram o dia já com a presença de policiais e militares nas ruas.

EUA E FRANÇA CONDENAM

Em reação ao dia mais sangrento da repressão síria aos protestos, o presidente americano Barack Obama pediu o fim "imediato" dos confrontos e condenou o "recurso ultrajante à violência" utilizado pelo governo de Al Assad pra conter as manifestações e apontou ajuda de Teerã a Damasco.

"Este ultrajante uso da violência para conter os protestos precisa ser interrompido imediatamente. Ao invés de ouvir seu próprio povo, Assad está culpando outros enquanto busca auxílio do Irã para reprimir os cidadãos da Síria por meio das mesmas técnicas brutais que já foram usadas pelos aliados iranianos", disse.

Os comentários de Obama chegam pouco após o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, ter conversado com jornalistas durante um voo da comitiva presidencial entre a Califórnia e Washington.

Ele pediu que o governo sírio "interrompa e desista do uso de violência contra manifestantes" e "implemente as reformas prometidas".

A França também exigiu das autoridades sírias o fim do "uso da violência contra seus cidadãos" e a realização de reformas.

"As autoridades sírias devem renunciar ao uso da violência contra seus cidadãos", diz um comunicado da chancelaria francesa lido pela porta-voz Christine Fages.

"Apelamos ao início, sem demora, de um diálogo político inclusivo e que leve a reformas que respondam às aspirações legítimas do povo sírio. O fim do estado de emergência deve ser traduzido em fatos", acrescenta o texto.

REPRESSÃO SANGRENTA

Os protestos desta sexta-feira ocorrem apesar da decisão de Al Assad de derrubar o estado de emergência, em vigor no país há quase cinco décadas, e abolir os tribunais de segurança estaduais que operavam fora do sistema judiciário normal para julgar pessoas consideradas dissidentes.

O estado de emergência -- que estava em vigor desde o golpe de Estado de 1963-- dava "carta branca" aos órgãos de segurança para reprimir dissidentes por meio da proibição da aglomeração de mais de cinco pessoas, prisões arbitrárias e julgamentos a portas fechadas, dizem membros da oposiçãoOs grupos que convocaram os protestos querem que a data seja celebrada com uma presença em massa nas manifestações que estão convocadas depois das orações das 12h das sextas-feiras, a celebração religiosa semanal mais importante para os muçulmanos.

O logotipo utilizado por um grupo do Facebook onde se concentram as informações dos ativistas da oposição tem uma cruz e uma meia-lua unidas, com as cores da bandeira síria, sobre a frase "Al Gomaa al Azimaa (Grande Sexta-Feira) -- 22 de abril".

De acordo com organismos de direitos humanos, cerca de 200 pessoas morreram desde que, em meados de março, se intensificaram os protestos políticos na Síria, que começaram em fevereiro.






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