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Internacional
Terça - 29 de Março de 2011 às 19:51

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O premiê demissionário de Portugal, José Sócrates, declarou nesta terça-feira que seu país está "muito determinado" a não pedir ajuda externa, apesar da pressão dos mercados por tal medida.

"O governo não tem nenhuma intenção de fazê-lo", disse o chefe do governo socialista à imprensa. "Estamos muito determinados a impedir que isso ocorra. As condições agravaram-se. Agravaram-se para nossos bancos, nossa economia e nossa República", admitiu ele, no entanto.

A agência de classificação de risco Standard and Poor"s rebaixou hoje em um degrau a nota soberana de Portugal, depois de tê-la reduzido em dois níveis na semana passada.

Como consequência, os juros dos papéis da dívida portuguesa de longo prazo (dez anos) voltaram a subir, chegando nesta terça-feira a 7,894% contra 7,818% nesta segunda-feira, no fechamento.

Na sessão, chegaram a 7,97%, seu nível máximo desde a entrada do país na zona do euro.

Sócrates renunciou na quarta-feira passada (23), depois da rejeição pelo Parlamento de um novo plano de austeridade, que supostamente deveria reduzir o déficit público e evitar que Portugal aderisse a um resgate internacional da União Europeia e do FMI.

O premiê -- cuja renúncia ainda não foi formalmente aceita pelo chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva-- acusou ainda a oposição de abrir, por "avareza", uma "crise política sem razão e sem alternativa" que colocou em perigo não só Portugal, mas seus parceiros da zona do euro.

OPOSIÇÃO

Sócrates pediu também, em referência à oposição conservadora que forçou sua queda, que não "esconda para depois das eleições" as propostas para superar a crise portuguesa e acabar com a inquietação gerada nos mercados pela rejeição do programa do governo.

"Têm que mostrar lealdade ao povo português e à Europa", exigiu Sócrates ao censurar a oposição que rejeitou seu plano de austeridade por não esclarecer como espera cumprir as exigências de Bruxelas e dos mercados.

"É preciso reforçar a confiança dos mercados em Portugal, e eles querem um compromisso sobre as medidas que serão adotadas", ressaltou Sócrates.

Enquanto não aceita socorro internacional, Portugal corre contra o tempo para recuperar a confiança internacional. No mês que vem, o país terá que desembolsar 4,5 bilhões de euros para pagar títulos da dívida que vencem no período. Em junho, o país terá um novo lote de vencimentos elevados, de 4,96 bilhões de euros.

O país tem condições de pagar as dívidas de abril, mas ainda não está claro de onde virá o dinheiro para os vencimento de junho.






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