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Repórter News - reporternews.com.br
Saúde
Sábado - 26 de Março de 2011 às 14:23

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A radiação é uma forma de energia eletromagnética que é emitida por diversas fontes, como o Sol e outras estrelas, as lâmpadas de nossas casas, o forno de micro-ondas, as emissoras de TV e rádio, os equipamentos de raios-X e os materiais radioativos. Mas a radiação tem sempre efeitos maléficos para os humanos?

Não necessariamente. Na realidade, existe radiação por toda a parte. A diferença entre as radiações emitidas por diferentes fontes é a sua energia. E mesmo as fontes emissoras de radiação de maior energia - e que, portanto podem gerar malefícios à saúde humana - são responsáveis por inúmeros progressos na medicina.

"Os seres humanos se desenvolveram e vivem imersos em um mundo de emissões de radiações de várias energias", explica a professora do curso de Física Médica e diretora da Faculdade de Física da PUCRS, Ana Maria Marques da Silva. "Os nossos olhos se desenvolveram para detectar uma faixa da radiação eletromagnética que chamamos de luz visível, cuja energia é baixa, não sendo capaz de destruir e produzir muitos danos às células", diz.

Máquinas de raio-X, por exemplo, são fontes emissoras de radiação eletromagnética de grande energia. Mesmo sendo potencialmente mais perigosa, nos beneficiamos dessa radiação para fazer radiografias, que permitem a observação das partes internas do corpo humano.

A radiação eletromagnética emitida pelos materiais radioativos, como aqueles existentes nas usinas nucleares, possui uma energia ainda maior. Ela provém de desintegração dos núcleos dos átomos, e por isso tem o nome de "energia nuclear".

Ao longo do tempo, o homem desenvolveu técnicas para separar os elementos radioativos dos minérios, e inclusive a produzir artificialmente materiais radioativos. No caso da medicina, um dos usos comuns é no diagnóstico e tratamento do câncer, por exemplo. Sua utilização, porém, deve ser cuidadosa, pois quando a radiação eletromagnética de maior energia interage com os átomos e moléculas, ela pode produzir sua ionização.

"Estes íons, dentro de uma célula, podem produzir danos, alterando sua função ou até destruindo-a. As células do corpo humano, ao absorverem radiação ionizante, podem sofrer efeitos diversos, como alterações permanentes em seu DNA (mutações), morte celular ou simplesmente sofrer alterações", diz a especialista.

O controle da dose de radiação em ambientes que utilizam radiações ionizantes, como usinas nucleares e serviços de radiologia e medicina nuclear, é bastante rígido. Os trabalhadores costumam ser monitorados periodicamente, por meio de medidores de dose e exames clínicos.

Acidente no Japão
Ana Maria Marques da Silva alerta que, quando ocorre um acidente como o de Fukushima, no Japão, onde os níveis de radiação aumentam muito, um dos perigos é o aumento da probabilidade de as pessoas expostas desenvolverem doenças como o câncer, a longo prazo. "Os tecidos e órgãos mais sensíveis à radiação são o aparelho digestivo, a pele e a medula óssea. Os danos à medula óssea, que produz as células do sangue, podem causar anemia, baixa resistência imunológica e hemorragias. Se as doses são muito elevadas, pode inclusive causar a morte das pessoas atingidas, como aconteceu em outros acidentes nucleares", diz a professora.

Ela lembra também que as chances de sobrevivência, ou mesmo de recuperação de vitimas atingidas, dependem da resistência individual das pessoas. "No acidente em Goiânia, em 1987, pessoas que receberam a mesma dose de radiação tiveram evoluções clínicas muito diferentes. Na realidade, os mecanismos pelos quais as radiações produzem os efeitos biológicos ainda precisam ser melhor entendidos por meio de pesquisas no campo da radiobiologia", diz.

Para a especialista, no caso de um acidente nuclear, a melhor forma de prevenção a estes riscos é afastar a população da região atingida, evitando que ela tenham contato direto ou indireto com o material radioativo. "O contato direto seria a contaminação por meio da ingestão ou aspiração do material radioativo. O contato indireto é a exposição externa a altos níveis de radiação. No Japão, apenas equipes preparadas e protegidas estão trabalhando no local, evitando que os riscos aumentem para a população em geral e que a contaminação ambiental seja minimizada."





Fonte: Terra

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