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Opinião
Quarta - 21 de Julho de 2010 às 18:24
Por: Teomar Estevão Magri

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Com as férias escolares de julho, colocar uma pipa no céu parece ser uma ótima opção de lazer para a garotada. O que é para ser apenas diversão pode ter um final triste se não forem observadas questões ligadas à segurança. Soltar pipa é uma brincadeira saudável, da confecção ao ato de empinar, mas é preciso tomar cuidado para não gerar transtornos à sociedade e oferecer riscos à vida dos transeuntes (pedestres, ciclistas e motociclistas) e, principalmente, para quem faz uso dessa brincadeira.

O inverno mato-grossense, que se caracteriza pelo clima seco com maior circulação de ventos, vai de maio a setembro. Nesse período, aumentam as probabilidades de acidente junto à rede elétrica (baixa e alta tensão). De janeiro a maio de 2010, já são 30 ocorrências no Estado, sendo 21 na Região Metropolitana de Cuiabá e Várzea Grande e 9 no interior do Estado. Os bairros com maior índice de ocorrências são: Osmar Cabral, Pedra 90, Grande Terceiro, Cidade Verde, Planalto, Despraiado, Bela Vista, Canjica, Dr. Fábio, Jardim Florianópolis  e Cristo Rei.

Em 2009, a Cemat registrou 62 ocorrências envolvendo pipas em diversas localidades de Mato Grosso. Somente na Região Metropolitana, foram 32 ocorrências de problemas na rede elétrica ocasionados por pipas, também conhecidas por pandorgas ou papagaios. O perigo começa quando pessoas imprudentes utilizam materiais condutores de energia na montagem das pipas: fios finos de cobre em substituição às linhas, papéis metalizados e até material de fita magnética (K-7 e VHS). Outro problema é quando as crianças as empinam em locais impróprios e próximos à rede elétrica.

Os danos na rede elétrica são provocados por curtos-circuitos que provocam desligamento da rede e interrupção no fornecimento de energia elétrica aos consumidores. Esta interrupção pode ser de curta ou de longa duração dependendo da extensão dos danos provocados na rede, que podem ocasionar rompimento de fios, queima de transformadores, danos em isoladores, em chaves-fusíveis, como também danos elétricos em equipamentos de clientes. Adicionalmente, os restos de materiais presos nas redes, com a chegada das chuvas, também podem provocar curtos-circuitos.

A utilização de objetos condutores de energia ou o ato de subir em árvores para o resgate de uma pipa pode ser fatal. Para evitar que a brincadeira acabe mal, é necessário orientar que as crianças fiquem longe da rede elétrica, utilizando parques ou praças públicas para brincar com segurança. Um acidente junto à rede elétrica pode deixar em suas vítimas seqüelas como queimaduras (de primeiro, segundo ou terceiro grau), amputação de membros e até causar a morte. Outra dica é: jamais invada subestações de energia elétrica para resgatar o brinquedo. Aos pais ou responsáveis vai a orientação de ficarem sempre atentos e instruírem as crianças.

Mesmo quando a pipa está com sua linha natural, ela representa muitos perigos para as crianças, pois exige que ao brincar, seu olhar e a atenção estejam voltados para o alto e um segundo de distração pode gerar um acidente como cair de alturas ou um atropelamento ao cruzar uma travessia. Outros fatores contribuem para o aumento dos perigos: o uso do cerol (pó de vidro ou limalha de ferro com cola) transforma a pipa numa arma letal caso corte pescoço de ciclista ou motociclista como também para o próprio empinador e outras pessoas próximas.

Outra dica importante: na tentativa de socorrer alguém que esteja levando um choque o primeiro impulso de qualquer um é tentar puxá-lo, porém, o indicado é não tocar na pessoa. O ideal para auxiliar no socorro é utilizar objetos de borracha ou de madeira e nunca de metal ou que estejam molhados. Em hipótese alguma se deve tocar em fios caídos na rua. Em caso de acidentes, peça socorro médico pelo 192 (Samu) e informe imediatamente a Cemat por meio do telefone 0800 6464 196. A ligação é gratuita e o serviço funciona 24 horas.


Teomar Estevão Magri
é engenheiro eletricista e gerente do Departamento de Operação do Sistema (D.O.S) da Cemat.



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