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Opinião
Terça - 13 de Julho de 2010 às 07:27
Por: Lourembergue Alves

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Nos bastidores, a cooptação político-eleitoral corre solta. Isso se dá em todas as unidades da federação. Mato Grosso não seria diferente. Nem deveria. Pois, aqui, a disputa para o governo do Estado parece ser muitíssimo acirrada. Justifica-se, então, porque as equipes de cada um dos três fortes candidatos buscam mais e mais adeptos. Tais reforços engrossam as movimentações políticas, além de causarem impactos significativos. Sobretudo quando os tais “cooptados” ao saírem de suas agremiações políticas contrárias registram todos os descontentamentos. Um desses casos, bastante veiculado pelos meios de comunicação, foi o de Moisés Sachetti.

Sachetti solicitou sua desfiliação do PR. Decisão tomada tão logo se viu descartado da condição de suplente de senador. Afinal, os candidatos Abicalil e Maggi optaram por outros nomes, em detrimento do vice-presidente da legenda republicana. Desgostoso, ele pulou fora do “barco governista”. Atitude considerada por muitos, particularmente por alguns de seus ex-companheiros, como “traição”. Reforçada em razão da notícia de que já se encontra em plena sintonia com Mauro Mendes. 

Comportamento que se associa ao de Eraí Maggi. Este tudo fez para que o PDT se coligasse com o PMDB. Trabalho em vão. Até porque os pedetistas, em sua maioria, preferiram aliar-se ao PSB. Frustrado, resolveu engrossar a campanha do governador Silval Barbosa.

Situação não muito diferente com o que ocorre com grande parte das lideranças no interior. É bastante comum ouvir que uma porção de vereadores trabalha em favor da candidatura contrária a de sua agremiação. O mesmo se ouve com relação a dezenas de prefeitos que, nos bastidores, têm defendidos nomes distintos dos indicados por suas bandeiras partidárias. A exemplo do peemedebista José Carlos do Pátio que, sob a lengalenga de “gratidão”, prefere defender o tucano Wilson Santos para o governo do Estado.

Posicionamentos registrados também em épocas passadas. Inclusive, no período em que se tinham frente a frente peessedebistas e udenistas, observados de perto pelos petebistas, cuja fileira foi engrossada muito com os descontentes. Dissidências que se fizeram presentes durante os embates travados entre as duas siglas existentes no regime burocrático-militar. Mais ainda quando a população reconquistou o direito de escolher o governador, e, igualmente, depois do fim da ditadura. De lá para cá, “os vira-casacas” tornaram-se frequentes e em maior número. Sempre movido pelos interesses particulares contrariados, jamais em função das necessidades da sociedade.  

Movimentação que traz volume as campanhas. A candidatura que consegue a adesão de figuras expressivas tende a se fortalecer na disputa. E o mostrar “musculatura” pode ser impactante. Mas não o suficiente para sair-se vitoriosa das urnas. Isso porque o grosso dos eleitores dos municípios nem sempre segue a orientação dos líderes, prefeitos e vereadores, quando está em jogo a cadeira de governador, ou a de senador. A literatura é riquíssima nesse sentido.         


Lourembergue Alves
é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br


Autor

Lourembergue Alves

LOUREMBERGUE ALVES é professor universitário e articulista

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