Repórter News - reporternews.com.br
Opinião
Domingo - 11 de Julho de 2010 às 06:13
Por: Lourembergue Alves

    Imprimir


"O Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso (IHGMT) tem novo presidente de honra". Esta, talvez seja uma das boas notícias veiculadas nos últimos quatro dias. Já era em tempo. Pois, desde abril, a mais antiga instituição do Estado se encontrava com o dito cargo vago. Nunca é tarde para se fazer valer o estatuto e as regras. Ganham todos. Sobretudo a população mato-grossense, que tem nos exemplos cotidianos a importância da democracia.

O viver democrático requer o cumprimento do que está escrito, ou daquilo que, costumeiramente, é tido como legal e ético. Por isso se deve parabenizar o conjunto dos membros da instituição. Instituição que sempre primou pela pluralidade. Afinal, suas "cadeiras" são ocupadas por pessoas das mais variadas profissões. Razão pela qual se pode encontrar nas páginas de seu livro de inscritos médicos, professores, engenheiros, dentistas, advogados, jornalistas, etc. Não apenas por historiadores e geógrafos.

Pessoas que, independentemente de suas áreas de atuação, têm o mesmo objetivo, a saber: o gosto e a paixão pela história, memória e a cultura. Sintonia que realça a própria instituição, além de fortalecê-la como a guardiã das coisas idas e vividas de Mato Grosso e de seu povo.

Papel esse que divido com a Academia Mato-grossense de Letras (AML). Aliás, não é por acaso que ambas dividem o mesmo edifício, cravado no coração da antiga Rua do Campo. Prédio e rua que, juntas e entrelaçadas, fazem do passado uma página do presente, e, nesse misturança toda, impedem que o futuro esteja tão distante. Tão distante que não se possa pensar sobre ele, visualizá-lo e até traçar planos com relação ao enfrentamento dos obstáculos que virão.

Eis, aqui, a relevância do planejamento. Planejar é o mesmo que projetar-se ou programar-se. Bastante em falta. Ainda que se esteja em ano político-eleitoral. Período que jamais poderia ser empecilho para o cumprimento do estatuto. Como acabou não sendo, uma vez que o governador reservou um tempo em sua agenda. Agenda muito comprometida em função dos afazeres de chefe da administração pública estadual e das tarefas de candidato a reeleição. Nem por isso, obviamente, fechada para outro compromisso, distante do dia a dia do Palácio Paiaguás.

O governador demonstrou, uma vez mais, seu respeito e sua atenção a essa instituição. Além de reconhecer publicamente a importância do zelo com a memória e a história que, juntas, realçam a grandeza do Estado. Uma unidade da federação cujo desenho historiográfico ultrapassa, e muito, os limites impostos pelas atividades econômicas do lugar. Até porque crescimento sem desenvolvimento é jogar no ostracismo a grande parcela da população.

Portanto, o posto de presidente de honra está em boas mãos. Agiu acertadamente a diretoria da entidade. Cumpriu à risca com os preceitos estatutários.

Ganham todos - população e a unidade da federação. Bem mais o processo democrático, pois, com tal atitude, preservam o que é plural, coluna-mestra do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso.


Lourembergue Alves
é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: lou.alves@uol.com.br



Autor

Lourembergue Alves

LOUREMBERGUE ALVES é professor universitário e articulista

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/artigo/1097/visualizar/