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Opinião
Segunda - 05 de Julho de 2010 às 13:44
Por: Antonio Cavalcante e Vilson Nery

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Superado o período de letargia coletiva provocada pela copa do mundo de futebol, sabe-se que a vida normal volta a seu curso, e a eleição 2010 volta, com justiça, ao centro das atenções.

E com isso nossos ‘craques’ da política terão que, de fato, dar satisfação à torcida. E revelarem suas intenções.

Com isso é  certo que alguns temas virão à tona, visto que são atuais e interferem na vida do mato-grossense.

O primeiro deles é o concurso público, mega fiasco que já dura um ano, com idas e vindas sem solução. Cerca de 200 mil crédulos inscreveram-se em busca das 10 mil vagas no serviço público estadual anunciadas. Agora, pelo que se sabe, os poucos aprovados serão chamados somente depois da eleição, e há quem diga que a posse será em data próxima ao termo final do prazo de validade (dois ou quatro anos). E ainda suspeita-se que os aprovados serão chamados somente em agosto... ‘a gosto de Deus’!

Outra discussão cerrada será o chamado “Mato Grosso 100% [não seria 70%?] equipado”, ou o caso dos caminhões que custaram 40 milhões de reais a mais. Nesse quesito outros escândalos serão revolvidos, para comparação, tais como o ‘Secomgate’, os recursos do DVOP na factoring de Arcanjo Ribeiro, as ONG´s abastecidas com recursos públicos, as múltiplas aposentadorias de políticos, o escândalo do PAC e as generosas isenções fiscais direcionadas a empresas de políticos.

Importante isso, porque nos citados crimes já se sabe o nome das vítimas: o erário e o contribuinte. Mas não há culpados, ainda que se diga “elementar meu caro Watson”, o autor [do delito] é aquele que autorizou a despesa e firmou o cheque para pagamento.

A nós parece que deverá interessar ao eleitor conhecer os motivos da grave síndrome de ‘surdo-mudez-cegueira’ coletiva que atingiu os bravos 24 parlamentares encastelados no mais caro condomínio de Mato Grosso (que consome 2% dos bilhões do orçamento do Estado de MT), a Assembléia Legislativa.

Durante os últimos anos houve diversas crises em Mato Grosso, com indeléveis reflexos sócio econômicos, fatos que simplesmente desinteressaram aos deputados estaduais.

A crise do meio ambiente, o modelo de desenvolvimento, a desoneração da agricultura de exportação, a renúncia fiscal. A destruição de rios para construção de hidroelétricas são apenas alguns dos temas que a ‘deputança’ ignorou.

A crise administrativa do parlamento do estado, com o afastamento de dirigentes e punições do STJ a deputados foram temas proibidos aos políticos do Estado. E tudo isso deve ter um ‘porquê’.

A crise do Judiciário com o afastamento de juízes, a venda de sentença no âmbito do TRE, parece que acontecia na Tasmânia, não apareceu na Tv Assembléia. Ninguém disse nada na tribunal livre!

E a Unemat? Montaram uma CPI com o propósito de pressionar o reitor a autorizar um Curso de Direito na Assembléia Legislativa, turma especial. Nossos deputados fazem leis, agora querem aprender a entendê-las!

Pois bem.

Eleição periódica é bom por isso, é o ‘pit stop’ constitucional necessário a uma parada para reposição de peças, reabastecimento, substituição de carro e piloto. E o mecânico é o eleitor consciente. 
 

*Vilson Nery e Antonio Cavalcante Filho são militantes do MCCE (Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral) Comitê  de Mato Grosso.



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