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Opinião
Segunda - 05 de Julho de 2010 às 13:07
Por: Onofre Ribeiro

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Em 1976, tivemos no Brasil eleição para prefeitos. Em 1974 tivemos eleição de parlamentares e o MDB, o único partido da oposição, venceu com folga, revelando o cansaço do regime militar.

Na eleição para prefeitos de 1976 o governo militar aprovou a Lei Falcão, que limitava a aparição dos candidatos na propaganda eleitoral gratuita. Ricos e pobres apareciam na televisão e no rádio da mesma forma: currículo, foto e mais nada!

No fundo, os militares queriam limitar as críticas ao regime de governo e, de certo modo, favorecer a Arena, o partido oficial. De lá para cá, a legislação eleitoral mudou muito e sumiram as limitações daquela época. Surgiram os showmícios, que depois foram proibidos, assim como uma série de elementos de propaganda eleitoral dos candidatos.

Na eleição de 2010, os meios clássicos de propaganda eleitoral sofrerão a concorrência muito diferente, a da comunicação digital. Pela primeira vez, a propaganda digital vai ter mais voz e vai atingir mais os objetivos eleitorais, até mesmo, do que a propaganda na televisão e no rádio.

As chamadas redes sociais viraram febre incontrolável como mídia eficiente e aberta. Surgiram na internet o orkut, o twitter, o msn, o facebook e outras tantas, fora os e-mails. Essas ferramentas estão fora do controle da legislação eleitoral e da censura imposta à tv e ao rádio na propaganda eleitoral.

Todos os candidatos possuem perfil no orkut, onde se comunicam através de redes de amigos que vão se multiplicando indefinidamente. O twitter, que se notabilizou na eleição do presidente Barack Obama em 2009, é um microblog onde são postadas pequenas mensagens que se espalham mundo afora, também fora do controle oficial.

Os sites conseguem divulgar mais informações do interesse dos candidatos do que qualquer outra forma de comunicação. Nele são postados o perfil e o currículo dos candidatos, sua história de vida, suas notícias de campanha, agenda e compromissos. Com uma vantagem: a baixo custo.

Os blogs são um tipo de site menos complexo, com o mesmo poder de comunicação do site. São mais apropriados para a postagem de notícias. Nesse universo digital entrará em 2010 um elemento novo, profundamente versátil e independente, acessível a 180 milhões de brasileiros que o possuem: o telefone celular. Nele são recebidas mensagens de twitter, de msn, sms e mensagens de texto, imagens, fotos e notícias.

Os jornais, as revistas, as emissoras de televisão, as emissoras de rádio, sofrerão pela primeira vez a com concorrência corrosiva da mídia digital. Quando se fala em mídia digital está se falando em uma linguagem nova, muito diferente daquelas tradicionais. Uma mensagem de twitter comporta apenas 140 letras e números. É uma condensação de linguagem não usada até hoje. O orkut tem técnicas de mensagens e de adicionamento etc.

Resta saber se os políticos estarão prontos para lidar com essa nova transparência das redes de pessoas, e se os marqueteiros saberão usar todos esses recursos sem transformar os candidatos em máquinas digitais.


ONOFRE RIBEIRO
é jornalista em Mato Grosso.
onofreribeiro@terra.com.br



Autor

Onofre Ribeiro
onofreribeiro@onofreribeiro.com.br www.onofreribeiro.com.br

É jornalista em Cuiabá.

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