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Opinião
Sábado - 19 de Junho de 2010 às 15:30
Por: Mario Eugenio Saturno

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Já é sabido, há muito tempo, que a solidão está associada com doenças cardiovasculares, infecções virais, mortalidade maior. O que não se sabia ainda é o como isso acontece. Um estudo da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) e da Universidade de Chicago publicado no Journal Genome Biology propõe que a solidão interfere nas atividades dos genes, do próprio DNA.

Em um grupo de pacientes, os pesquisadores observaram a atuação de mais de 20 mil genes nos processos moleculares que influem na saúde. Os pesquisadores descobriram que a solidão é responsável pela supressão dos receptores de glucocorticóides, o que provoca o desligamento do controle de imunidade e dos efeitos anti-inflamatórios do cortisol. O cortisol é um hormônio relacionado ao estresse e que ajuda a regular a conversão de carboidratos em energia. Por outro lado, a queda do cortisol abre um possível tratamento. O estudo sugere ainda que a solidão é um sinal de alerta assim como a dor. O ser humano é gregário por natureza, a solidão é um processo contra essa natureza.

Já uma pesquisa da Universidade de Michigan está estudando por que estudantes, esportistas e profissionais congelam, tem brancos, quando colocados diante de uma prova importante. Segundo o professor Sian Beilock, nossas habilidades, são como colchas compostas de pequenos retalhos de conhecimento que se juntam. Quando o medo nos pega os retalhos não mantém a ordem necessária.

Para se fazer um exame de matemática, mesmo um especialista necessita permanecer com o foco no problema. E de memória de trabalho, um tipo de memória de curtíssima duração que temos em nosso cérebro. Para resolver um problema muito complicado, um bom matemático necessita de muita memória de trabalho, nada demais do que ele já sabe, por isso a confiança. Ao entrar na situação de estresse, esta utiliza as preciosas memórias, diminuindo a capacidade do cérebro para resolver o problema. Situação inusitada é garantia de fracasso.

Ao menos uma boa notícia, as pessoas que se preparam imitando uma situação possível, podem tem mais chances de sair-se melhor do que aquelas que não ensaiaram nada. Ensaiar jogadas é fundamental também no futebol. O mesmo vale para o treinamento de saída de helicóptero, em caso de acidente sobre o mar, para quem trabalha em plataformas submarinas. A prática traz a perfeição, no caso, a capacidade para sobreviver ao medo do exame.

No Brasil, sou professor da faculdade de computação de Catanduva, sempre tive o habito de ensinar os alunos a estudarem usando as habilidades: lendo mentalmente e em voz alta (não tão alta, né? Não precisa perturbar quem está à volta), respondendo, escrevendo e falando, além de pensando. Quanto mais completo o estudo, melhores chances de sucesso no mercado de trabalho.


Mario Eugenio Saturno
, de Bariloche - Argentina, é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), professor universitário e congregado mariano. (mariosaturno@uol.com.br)



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