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Dois Dedos de Prosa
Uma campanha não se resume apenas na sedução do eleitorado. Embora seja essa a tarefa em que os políticos depositam maior empenho e dedicação, existem outras também necessárias, até mesmo com intuito de se fortalecerem para a luta pelo voto. Daí a relevância das negociações em torno das candidaturas ao governo do Estado de Mato Grosso.
Negociações que resultam ora em descasamentos, quando os interesses de alguns não são contemplados, e em alianças, tão logo as benesses do poder de mando são distribuídos entre os parceiros.
O mais interessante, aqui, é observar o desenho político-eleitoral que está sendo construído. Particularmente pelas cúpulas partidárias. Trata-se de um desenho enviesado, cheio de erros, cujos traços são marcados por vontades particulares e grupais. Explicam-se as especulações, o disque-disque e o as notícias plantadas.
Tudo isso faz parte do jogo. As disputas não seriam, realmente, uma briga por cargos eletivos se nada disso existisse. Percebe-se, então, a importância da mentira e da verdade, ou de meias verdades. Exaustivamente investigadas pelos grandes estudiosos da política, de Aristóteles a Hannah Arendt, passando por Maquiavel e Webber, os quais motivaram levas de pesquisadores contemporâneos.
Nesse sentido, o (e) leitor não deve se estranhar com as notícias, por exemplo, sobre a candidatura e a não-candidatura de Mauro Mendes ao governo do Estado. Falam-se, inclusive, em uma composição do socialista-empresário com o peemedebista Silval Barbosa. Proposição nascida já no instante em que o empresário deixara o PR, com a bênção do seu padrinho político. Pois sua migração abria o leque de opções da turma palaciana, ao mesmo tempo em que costurava o cerco contra a oposição capitaneada pelo PSDB e DEM. Estratégia negada ainda hoje. Inclusive por quem coloca na condição de analista político, sustentado pelo “achismo”.
De todo modo, as conversas não param por aí. Nem deveriam. Pois se aproximam as datas das convenções partidárias. Fase rica em falações das mais variadas. Há quem diz, por exemplo, que o deputado federal Valtenir Pereira trabalha, nos bastidores, para abortar a candidatura Mauro Mendes, com o objetivo de garantir-lhe à reeleição.
Nenhuma dessas notícias pode ser encarada como irreal, ou impossível de ter havido. Pouquíssimos dados se têm a respeito da “fritura” ou da “não-fritura” do candidato empresário. Mas o pouco que se tem é suficiente para garantir que existe algo errado, e a certeza disso se deve as frases desencontradas ditas pelas duas lideranças do PSB/MT, bem como do interesse individual de ambas. Interesse que se contrapõe às necessidades da população.
Aliás, os interesses em jogo, ou seja, que envolvem a disputa pela cadeira central do Palácio Paiaguás em nada se assemelha às necessidades da população. Pelo menos nesta fase, que antecede ao início oficial da campanha.
Mas, sem dúvida, são esses interesses que mexem com o tabuleiro de xadrez da política regional. Mexem porque cada cacique luta pelo seu quinhão. Por isso o loteamento dos cargos. O que deixa fragilizada, em termos gerenciais, a própria administração pública. Pois essa mesma administração não prima por dois critérios, a saber: o político e o técnico. Mas este é assunto para outra prosa.
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.
Negociações que resultam ora em descasamentos, quando os interesses de alguns não são contemplados, e em alianças, tão logo as benesses do poder de mando são distribuídos entre os parceiros.
O mais interessante, aqui, é observar o desenho político-eleitoral que está sendo construído. Particularmente pelas cúpulas partidárias. Trata-se de um desenho enviesado, cheio de erros, cujos traços são marcados por vontades particulares e grupais. Explicam-se as especulações, o disque-disque e o as notícias plantadas.
Tudo isso faz parte do jogo. As disputas não seriam, realmente, uma briga por cargos eletivos se nada disso existisse. Percebe-se, então, a importância da mentira e da verdade, ou de meias verdades. Exaustivamente investigadas pelos grandes estudiosos da política, de Aristóteles a Hannah Arendt, passando por Maquiavel e Webber, os quais motivaram levas de pesquisadores contemporâneos.
Nesse sentido, o (e) leitor não deve se estranhar com as notícias, por exemplo, sobre a candidatura e a não-candidatura de Mauro Mendes ao governo do Estado. Falam-se, inclusive, em uma composição do socialista-empresário com o peemedebista Silval Barbosa. Proposição nascida já no instante em que o empresário deixara o PR, com a bênção do seu padrinho político. Pois sua migração abria o leque de opções da turma palaciana, ao mesmo tempo em que costurava o cerco contra a oposição capitaneada pelo PSDB e DEM. Estratégia negada ainda hoje. Inclusive por quem coloca na condição de analista político, sustentado pelo “achismo”.
De todo modo, as conversas não param por aí. Nem deveriam. Pois se aproximam as datas das convenções partidárias. Fase rica em falações das mais variadas. Há quem diz, por exemplo, que o deputado federal Valtenir Pereira trabalha, nos bastidores, para abortar a candidatura Mauro Mendes, com o objetivo de garantir-lhe à reeleição.
Nenhuma dessas notícias pode ser encarada como irreal, ou impossível de ter havido. Pouquíssimos dados se têm a respeito da “fritura” ou da “não-fritura” do candidato empresário. Mas o pouco que se tem é suficiente para garantir que existe algo errado, e a certeza disso se deve as frases desencontradas ditas pelas duas lideranças do PSB/MT, bem como do interesse individual de ambas. Interesse que se contrapõe às necessidades da população.
Aliás, os interesses em jogo, ou seja, que envolvem a disputa pela cadeira central do Palácio Paiaguás em nada se assemelha às necessidades da população. Pelo menos nesta fase, que antecede ao início oficial da campanha.
Mas, sem dúvida, são esses interesses que mexem com o tabuleiro de xadrez da política regional. Mexem porque cada cacique luta pelo seu quinhão. Por isso o loteamento dos cargos. O que deixa fragilizada, em termos gerenciais, a própria administração pública. Pois essa mesma administração não prima por dois critérios, a saber: o político e o técnico. Mas este é assunto para outra prosa.
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.
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