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Opinião
Sexta - 04 de Junho de 2010 às 10:36
Por: Dirceu Cardoso Gonçalves

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Criticar o governo é hábito do brasileiro. Presidente, ministros, governadores, prefeitos e secretários são alvos preferenciais da insatisfação popular, que também não poupa os parlamentares. E muitas das críticas são merecidas, principalmente aquela de os políticos, quando no mandato, esquecerem o que prometeram em campanha. O sistema de saúde, a educação e outros setores nevrálgicos da administração pública realmente são merecedores do reparo popular e clamam revisões urgentes. Mas nem tudo deve ser crítica. O povo também tem suas “culpas”, que precisam ser lembradas.

Com a chegada da Gripe Suína, que já matou 18 mil pessoas em todo o mundo, sendo mais de 2 mil delas no Brasil, o Ministério da Saúde promoveu a campanha de vacinação e, para desapontamento geral, quem não cumpriu com sua obrigação foi o povo. Não foi atingida a meta de imunizar 80% da população de maior risco. Apenas 70% das gestantes foram à vacinação. Na faixa de 30 a 39 anos foram 55,2% e nas crianças de 2 a 4 anos de 11 meses, apenas 5,4%.

A campanha, iniciada em março, teve várias prorrogações e chamamento aos faltosos mas, mesmo assim, o público-alvo não compareceu por completo. Resta agora a alternativa de procurar o posto de saúde mais próximo, onde as doses ficarão armazenadas.

Quando a Gripe Suína surgiu, em abril do ano passado, veio como uma onda avassaladora e houve princípio de pânico na população que, ao menor sinal, correu aos hospitais e postos de saúde. Ocorreram mortes e depois de passada a onda, a Saúde Pública decidiu vacinar a população em faixas etárias mais vulneráveis. Explicou-se que  não haveria vacinas para todos, mas o ato de vacinar os mais sujeitos à doença acaba por proteger também os não vacinados. Mas, na hora da prática, ocorreu o imprevisto, embora os organismos nacionais e internacionais continuem alertando que a pandemia não acabou.

Vacinar a população, quando isso é possível, é a forma mais adequada e menos onerosa de combater os males, especialmente aqueles que se transmitem entre as pessoas. Não havendo a transmissão, não há epidemia, não se gasta com tratamentos e não ocorrem sofrimento e mortes.

Há vários anos o Brasil já vacina os idosos contra a gripe comum. A prática, que no passado era adotada apenas por grandes empresas ou pelas pessoas que podiam pagar pelo produto, foi estendida aos maiores de 60 anos, com bons resultados. Mas não faltaram boatos e comentários que levam à estapafúrdia crença de que o governo estaria vacinando os velhinhos para provocar sua morte e com isso não precisar mais pagar a aposentadoria. Nada mais estúpido que esse raciocínio.

Os governos e os governantes são merecedores de muitas das críticas que recebem. Mas, no caso da vacina, o criticado deve ser o povo. Quem está nos grupos de vacináveis e ainda não tomou sua dose, deve fazê-lo imediatamente. Não dói, é gratuita e evita o mal...

 
Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)

aspomilpm@terra.com.br                                                                                                     



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