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Opinião
Terça - 25 de Maio de 2010 às 09:35
Por: Lourembergue Alves

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Em uma briga pelo governo do Estado, as alianças são importantíssimas. Nenhum partido político sai vitorioso, sem que ele esteja junto com outras agremiações. Isso é a regra, e vem de bastante tempo. Tal coligação se torna bem mais necessária quando a dita disputa se mostra fortemente acirrada, a exemplo da eleição deste ano em Mato Grosso. Acontece, porém, que o PSDB/MT tem encontrado dificuldades sobremaneira para fechar acordos com as siglas de médio porte. Deixou escapar o PDT/MT e o PPS/MT. Muito mais por sua própria ineficiência na articulação política. 

Desarticulação que aparece claramente, quando se percebe que o seu candidato à chefia do Executivo “bate-cabeça” no interior do Estado em busca de apoios. Não encontra, sequer, pontos de referências. Em grande parte das localidades interioranas, pasmem, inexistem “comissões provisórias”. Tamanho é o abandono em que se vê agora o PSDB. Foram quase oito anos. Também, puderam, as pouquíssimas expressões que lhe restaram, tão logo deixaram o governo, ficaram na Capital. O próprio Dante de Oliveira, certamente em razão da sua derrota para o Senado, deixou-se prender na sede regional do partido. Depois da sua morte, então, essa situação se agravou por inteira. O que levaram muitos dos “gatos pingados” a migrarem para outras paragens partidárias, onde supostamente seriam lembrados pelos caciques, principalmente os que se encontram no bloco governista.   

Retrato idêntico ao do DEM/Interior. Já há bastante tempo desligado do da Grande Cuiabá. Desligamento mais acentuado a partir do falecimento do senhor Jonas Pinheiro, quem, de fato, não perdia de vista os correligionários interioranos, até mesmo em função da sua “política municipalista”, base de sustentação da própria reeleição senatorial. 

Percebe-se, por outro lado, que o DEM e o PSDB são partidos de indivíduos, como partidos personalizados. Característica herdada das principais siglas do passado. Nestas, contudo, é preciso dizer, havia sempre um nome, em cada uma delas, que tinha maior contato com os chefetes que se encontravam também nos municípios de pequenos e médios portes, e, olhem, em uma época onde não havia televisão e nem internet, além do mais as estradas, em menores quantidades, eram piores do que as de hoje. 

Contraditoriamente a isso, caminhando contra a maré, encontra-se o PSDB/MT. Suas lideranças, entre as eleições de 2002 e a de 2010, perderam as referências do interior. Por isso, o ex-prefeito cuiabano, agora postulante a candidato ao governo do estado não acha guarida segura, por exemplo, nas regiões do Araguaia, Médio-Norte e Oeste. Distanciamento que não se encurtou com a aproximação do DEM. Até porque vários democratas preferiam alinhar-se, ou manterem-se presentes na chapa governista. Impasse que retarda a escolha do candidato de vice-governador, e, pior, enfraquece a candidatura peessedebista. Enfraquecimento que se torna mais nítida com a ausência de oposicionistas nos debates sobre o superfaturamento dos maquinários distribuídos às prefeituras. 

A não presença, inclusive, do ex-prefeito da Capital. O que reforça a suspeita de que o candidato tucano não possui estratégia na fase que antecede o início oficial da campanha, somada ao desgaste sofrido. Explica-se, portanto, a sua queda nas pesquisas de intenção de votos. O tucano, então, se encontra em uma complicada sinuca de bico.  

         
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.  


Autor

Lourembergue Alves

LOUREMBERGUE ALVES é professor universitário e articulista

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