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Não Basta Ficha Limpa sem o Zelo pela Lei
O Projeto Ficha Limpa passou pelo Congresso Nacional. Resta, agora, tão somente o aval do presidente da República, e este, pela sua biografia, não tem como vetá-lo, mesmo que sofra pressão para tal. A voz vinda das ruas, entretanto, pode soar mais forte, mexendo assim com o ex-metalúrgico, sobretudo quando se tem interesse nas eleições deste ano.
Sua Excelência não é candidato. Mas a candidatura petista à presidência da República o tem como único avalista. E não só por isso. Até porque o presidente a empurrou goela abaixo. Atônito e sem outra opção, o PT não teve como recusar o nome fabricado pela sua maior liderança. Aceitou e referendou, perdendo, assim, a autonomia e grandeza de partido, nascido em meio a um cenário sombrio e a volta de uma porção de intelectuais. Apesar disso, mostrou-se incapaz de formar outros líderes, com projeções nacionais, com capacidade de desenvoltura dentro do quadro sucessório. Explica-se, então, o seu curvar diante da imposição palaciana.
Tendo o presidente como seu maior cabo eleitoral, a ex-ministra chefe da Casa Civil cresce nas pesquisas. Conhecida por muitos. Embora não tenha qualquer jeito para lidar com o jogo político. Mas ameaça superar o indicado pela oposição encabeçada pelos tucanos. E isso não é difícil de acontecer. Sobretudo se o PSDB e o seu candidato continuarem cometendo erros de “campanha”. Erros que podem anular o histórico de José Serra. Pois em uma disputa eleitoral, “não basta demonstrar ser”, mas é preciso “parecer ser”. Até porque a maioria do eleitorado não “manja” coisa alguma de currículos, ainda que esses estejam cheio de inverdades. Inverdades que certamente serão maquiadas pelo marketing. Razão pela qual os marqueteiros têm relevância significativa na disputa.
Um jogo que carece ser moralizado e disciplinado. Daí a importância do Projeto Ficha Limpa. O que impede a inscrição de políticos com processos jurídicos. Instrumento capaz de provocar a renovação. Não só nas agremiações. Mas, principalmente, nas esferas de poder.
Contudo, é preciso dizer, a exigência de Ficha Limpa não será nada se não houver também uma seriedade de muitas das pessoas encarregadas de zelar pelo respeito às regras, as normas e o fazer justiça.
Nesse sentido, não mais será permitido que alguém cassado por compra de votos continue a exercer o mandato, tal como ocorre com dois deputados estaduais e um federal.
Essa situação não combina com a adoção do Ficha Limpa que, igualmente, nada tem a ver com a venda de votos.
Vender e comprar votos, bem como a morosidade e displicência dos membros do Judiciário, são praticas contrárias a moralização das disputas, e, portanto, ao processo democrático. Pois o viver em democracia não é outra coisa senão o estar tudo às claras, somada com a igualdade de condições dos participantes do jogo e o zelo pelo cumprimento da legislação, doa a quem doer.
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.
Sua Excelência não é candidato. Mas a candidatura petista à presidência da República o tem como único avalista. E não só por isso. Até porque o presidente a empurrou goela abaixo. Atônito e sem outra opção, o PT não teve como recusar o nome fabricado pela sua maior liderança. Aceitou e referendou, perdendo, assim, a autonomia e grandeza de partido, nascido em meio a um cenário sombrio e a volta de uma porção de intelectuais. Apesar disso, mostrou-se incapaz de formar outros líderes, com projeções nacionais, com capacidade de desenvoltura dentro do quadro sucessório. Explica-se, então, o seu curvar diante da imposição palaciana.
Tendo o presidente como seu maior cabo eleitoral, a ex-ministra chefe da Casa Civil cresce nas pesquisas. Conhecida por muitos. Embora não tenha qualquer jeito para lidar com o jogo político. Mas ameaça superar o indicado pela oposição encabeçada pelos tucanos. E isso não é difícil de acontecer. Sobretudo se o PSDB e o seu candidato continuarem cometendo erros de “campanha”. Erros que podem anular o histórico de José Serra. Pois em uma disputa eleitoral, “não basta demonstrar ser”, mas é preciso “parecer ser”. Até porque a maioria do eleitorado não “manja” coisa alguma de currículos, ainda que esses estejam cheio de inverdades. Inverdades que certamente serão maquiadas pelo marketing. Razão pela qual os marqueteiros têm relevância significativa na disputa.
Um jogo que carece ser moralizado e disciplinado. Daí a importância do Projeto Ficha Limpa. O que impede a inscrição de políticos com processos jurídicos. Instrumento capaz de provocar a renovação. Não só nas agremiações. Mas, principalmente, nas esferas de poder.
Contudo, é preciso dizer, a exigência de Ficha Limpa não será nada se não houver também uma seriedade de muitas das pessoas encarregadas de zelar pelo respeito às regras, as normas e o fazer justiça.
Nesse sentido, não mais será permitido que alguém cassado por compra de votos continue a exercer o mandato, tal como ocorre com dois deputados estaduais e um federal.
Essa situação não combina com a adoção do Ficha Limpa que, igualmente, nada tem a ver com a venda de votos.
Vender e comprar votos, bem como a morosidade e displicência dos membros do Judiciário, são praticas contrárias a moralização das disputas, e, portanto, ao processo democrático. Pois o viver em democracia não é outra coisa senão o estar tudo às claras, somada com a igualdade de condições dos participantes do jogo e o zelo pelo cumprimento da legislação, doa a quem doer.
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.
URL Fonte: https://reporternews.com.br/artigo/1257/visualizar/
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