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Opinião
Terça - 18 de Maio de 2010 às 00:10
Por: Eliardo Araújo

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Os ventos são uma fonte abundante de energia renovável e limpa. No mundo todo, mais de 30 mil turbinas eólicas de grande porte estão em operação, com capacidade instalada da ordem de 158 gigawatts (GW). Na Dinamarca, em 2002, 12% do total de energia elétrica consumida no país era proveniente dos ventos; hoje, esse índice é superior aos 23%. Portugal, Espanha e Alemanha, por sua vez, produzem nas usinas eólicas de 6 a 10% de toda eletricidade que consomem.

No Brasil, vento é o que não falta. Mais o País não tem feito o aproveitamento mais eficiente possível dos seus recursos eólicos. Encontrar meios para converter vento em eletricidade barata e abundante é o caminho que tem sido buscado no mundo todo, e que deve ser priorizado também por nós.

Vale mencionar que a capacidade de geração de energia eólica no Brasil foi de 606 megawatts (MW) em 2009 – 77,7% a mais do que no ano anterior. Metade da capacidade instalada na América Latina está em território brasileiro, mas sua participação é inexpressiva quando comparada à de outros países: produzimos aqui menos de meio por cento do total mundial.

Os estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe são os mais promissores nesse quesito. O Ceará, inclusive, foi um dos pioneiros na elaboração de um programa de levantamento do potencial eólico através de medidas de vento com modernos anemógrafos computadorizados, e seu potencial vem despertando o interesse de investidores estrangeiros.

Uma grande virtude associada à energia eólica no caso específico nordestino diz respeito ao uso do rio São Francisco. Quanto mais avançarem as tecnologias que permitem aproveitar a energia do vento, menor será a concorrência do potencial hidrelétrico do Velho Chico com seu relevante papel no provimento de recursos para irrigação.

Ambientalmente correto e em franca expansão, o setor de energia eólica é um “negócio do futuro”, que oferece perspectivas promissoras e tende a crescer de forma significativa, tanto pela implantação de novas centrais quanto pelo desenvolvimento de novas tecnologias.


*Eliardo Araújo é sócio-diretor responsável pelo escritório de Fortaleza da BDO, quinta maior empresa do mundo auditoria, tributos e advisory services.



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