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Opinião
Terça - 11 de Maio de 2010 às 16:13
Por: Marcelo Gonçalves

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É consenso, dentro e fora do País: finalmente chegou a hora de o Brasil assumir um protagonismo sem precedentes no cenário político e econômico mundial. A principal razão para essa, digamos, “força moral”, está na solidez demonstrada durante o enfrentamento da crise econômica mundial, que marcou o período 2008/2009 e estendeu seu impacto a todas as partes do mundo.

O fato é que, mesmo nos meses de maior tensão, e não obstante o fato de a crise mundial ter afetado a produção e o emprego locais, o Ibovespa atingiu mais de 100% de ganho durante o ano passado. Além disso, o Brasil registra a menor taxa de desemprego em seis anos (6,8% em dezembro de 2009, com níveis crescentes de produtividade industrial), e a IPO do banco Santander, na Bovespa, foi a maior do mundo em 2009. A operação, superior a 10 bilhões de reais e com 600 milhões de units, foi um verdadeiro recorde na história brasileira.

Esse bom momento atravessado pelo País não pode ser creditado a fatores vagos e pouco palpáveis, como “sorte”, e nem mesmo a uma assertividade momentânea. Os bons frutos que colhemos hoje resultam de um processo de construção de prosperidade que compreende o fortalecimento da democracia, a implantação de uma sólida arquitetura financeira e a busca da equidade socioeconômica por meio de programas sociais amplos e inclusivos, que vêm se sofisticando há mais de uma década. Também merecem ser mencionados fatores como o superávit primário nas contas do Governo, a estabilização monetária, iniciada com o Plano Real, definitivamente consolidada, uma política monetária e fiscal impecável, câmbio flutuante e baixo risco-país, o que nos valeu a conquista do investment grade.

Também foi ótimo pertencer ao time dos países emergentes. Enquanto as chamadas economias maduras amargam a instabilidade na zona o euro e lidam com altos níveis de desemprego (na Espanha, o índice é de 19,4%), o Brasil, a China e a Índia conseguiram manter bons índices, graças principalmente ao ingresso de uma grande parcela da população no mercado consumidor.

Ainda temos, porém, inúmeros gargalos à espera de solução. Precisamos ampliar e aprimorar o acesso da população à educação de qualidade e à saúde, sanar déficits em moradia e saneamento, investir em segurança pública e desenhar uma política de desenvolvimento que equacione de forma sustentável as necessidades humanas e o equilíbrio ambiental. É necessário, ainda, aumentar investimentos em tecnologia e inovação, e, de quebra, aperfeiçoar nossa infraestrutura em todos os campos – das rodovias aos portos e aeroportos, do suprimento de energia ao planejamento urbano, das telecomunicações à defesa das nossas fronteiras.  O detalhe é que precisamos fazer tudo isso sem onerar demais o Estado...

Temos, assim, muito claramente, uma conjugação de enormes oportunidades – com destaque para as obras necessárias à realização da Copa do Mundo em 2014 e das Olimpíadas no Rio de Janeiro, em 2016 – e enormes desafios. A chance de alavancagem na projeção do Brasil no cenário mundial (cerca de 3 bilhoes devem assistir às transmissões) é única. Não podemos vacilar.

Por isso, é preciso que o próximo Presidente da República comprometa-se a trabalhar duro desde o primeiro minuto em que estiver no governo. Não temos tempo a perder. Para esse Brasil que tem pressa, o futuro está distante demais. As coisas boas precisam acontecer aqui e agora. O cenário é favorável, e vontade não falta. Vamos todos à luta!

 
* Marcelo Gonçalves é sócio-diretor da BDO, responsável pelo escritório de São José dos Campos.



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