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Opinião
Segunda - 10 de Maio de 2010 às 00:03
Por: Pedro Cardoso da Costa

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Embora as pessoas citem sempre como sinônimo e os resultados sejam sempre de danos, bandido e criminoso tem diferença. Grosso modo, bandido é quem tem por finalidade de vida cometer crime de forma reiterada. Já o criminoso, pode ser qualquer um, de boa índole, comportado, ético e de bom coração. E isso precisaria ficar claro para todos. Portanto, embora parecidos, o bandido comete o crime como meio de vida, ou para adquirir bens ou por puro prazer de fazer mal ao próximo. Já o criminoso é quem comete um ato, definido na lei como crime, independente da gravidade, mas acontece por um por erro, por um impulso, jamais como filosofia de vida. Todos podem cometer crime, mas ninguém pode achar que não deve pagar por eles. E nesse ponto entram os abusos sexuais cometidos por padres, ora em evidência.

Os espertos ou coniventes alegam ser perseguição à religião. Tem que haver mesmo a perseguição pela punição aos criminosos. Essa perseguição não deveria ser no sentido de estar contra essa ou àquela religião, mas de buscar a penalização por um crime, da mesma forma como se fosse para qualquer outro criminoso. No cometimento de um crime, a religião que conta é a Justiça. Crime tem dano; não religiosidade.

Agrava no caso dos padres o fato de defenderem exatamente o inverso, com formação específica. Existe até a confissão, quando os católicos falam a um padre os pecados cometidos, inclusive o de “homossexualismo”, considerado um dos maiores por todas as religiões, inclusive pela Católica. Isso apenas para apontar a incoerência, fator que aumenta a rejeição social. Padres são apenas homens, que escolheram uma formação religiosa. A lei penal brasileira não os tornou isentos de pena quando cometerem crime.

Como esses abusos são corriqueiros, os pais precisam reforçar os cuidados com os filhos. A criança tem que estar sempre à vista dos responsáveis. Confiança é totalmente diferente da segurança. Confiar sempre, sem jamais deixar a criança numa distância que não ouça seu grito. Óbvio que dentro do possível. O problema é que muitos fazem ouvidos moucos para essa realidade, e isso não deve continuar, senão as crianças saciarão o desejo de pedófilos.

É louvável a tomada de posição da Igreja Católica com relação às questões sociais, mas não pode fazer de conta que não existem os abusos e deveria se manifestar claramente contra, até por ser inerente à sua função, independe da posição clerical do pedófilo. Afinal, foram os abusadores que não levaram em conta quando cometeram os crimes. Que fique bem claro o direito da Igreja tentar salvar seus membros do linchamento social, mas a batina não pode servir para esconder nem inocentar nenhum criminoso.


Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP

Bel. Direito


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