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Opinião
Sexta - 07 de Maio de 2010 às 10:44
Por: Mario Eugenio Saturno

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Os cientistas e suas descobertas têm uma incrível capacidade de nos surpreender. Um grupo resolveu cozinhar algas a alta pressão e conseguiram produzir um biocombustível de boa qualidade. Foram inspirados pela natureza, utilizando os mesmos processos, só que sem ter que esperar os milhões de anos para formar petróleo.

Os pesquisadores da Universidade de Michigan estão inovando o método de extração de óleo das algas. Atualmente, a extração é feita através de cultivo de microalgas próprias, secando-as e extraindo o óleo por processos comuns. Os cientistas também estão experimentando, além das algas oleaginosas, outras bactérias como a E. coli, esperando aproveitar resíduos para cultivar bactérias.

As Microalgas têm um potencial para produzir biocombustíveis maior que as plantas, pois não possuem folhas, raízes ou tronco, quebram mais facilmente por não terem as paredes de celulose que as plantas possuem. Além disso, vivem flutuando em água.

O processo de cozimento que os pesquisadores estão experimentando elimina o complicado processo de secagem, uma das grandes dificuldades em utilizar microalgas em larga escala na produção de óleo. O cozimento em alta pressão dura de 30 minutos a uma hora para obter o óleo cru. Adicionalmente ao óleo presente nas algas, as proteínas e carboidratos também se decompõem em combustível.

Já outro grupo da Universidade de Michigan desenvolveru microgeradores de energia elétrica que utilizam o ruído como fonte de energia. Essa energia é suficiente para alimentar um relógio de pulso, ou um marca-passo, ou um sensor sem fio. E locais ruidosos existem muitos como avenidas, estradas, pontes, fabricas, etc. E são nesses locais também que podemos usar dispositivos sem fio.

Os pesquisadores desenvolveram dois protótipos de geradores que convertem a energia cinética do som através de eletroímãs, ou seja, a vibração de uma bobina em um campo magnético produz energia elétrica. Guardadas as devidas proporções, é o mesmo método que se utiliza nas usinas elétricas, como hidrelétricas ou termelétricas. Outro protótipo mais avançado, que mede um centímetro cúbico, usa material piezelétrico, um cristal que quando sofre pressão, gera eletricidade. É o mesmo principio dos componentes cristais dos circuitos eletrônicos, utilizados em circuitos osciladores muito estáveis, e ainda o microfone piezelétrico.

Esses geradores foram capazes de produzir 0,5 miliwatts (precisa-se de dois geradores para se gerar um milésimo de watt), usando um corpo humano como gerador de ruídos. Pode parecer pouco, mas saiba que um relógio de pulso somente consome no máximo 10 microwattes (um milionésimo de watt) e um marca-passa, no máximo 50 microwattes. Isso abre um campo novo de aplicações para dispositivos implantáveis no corpo humano que não mais necessitam de baterias que se gastam em pouco tempo.


Mario Eugenio Saturno, de Bariloche - Argentina, é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), professor universitário e congregado mariano. (mariosaturno@uol.com.br)



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