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Opinião
Quinta - 29 de Abril de 2010 às 23:51
Por: Valtenir Pereira

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Clima de festa e alegria. As ruas da querida Rondonópolis tomada por uma multidão vestida de vermelho. O sorriso estampado no rosto e a certeza que aquela sim seria a noite histórica para um povo que aguardava por este momento a mais de 36 anos.

O show iria começar, a expectativa era enorme e o coração batia forte. O palco era o Estádio Municipal Luthero Lopes, o ator principal era o União Esporte Clube, o coadjuvante o Operário Varzea-grandense.

Quando o juiz apitou o começo do jogo, torcedores, dirigentes, técnicos, jogadores e todos que ali estavam sabiam que a noite do dia 28 de abril de 2010 ficaria marcada para a história do futebol de Mato Grosso.

Era uma final onde os dois clubes já eram vencedores. O União por ter conseguido montar um bom clube, mesclando jogadores do estado e de fora. Já o Operário por ter superado a desconfiança e surpreendendo a todos por estar na final.

Guerreiro foi a palavra usada para cada um que trabalhava na noite desta quarta. Esta palavra o Operário utilizou em seu vestiário com cartazes pregados nas paredes dizendo: “Vocês são todos guerreiros”. O União levou a palavra para dentro de campo.

Em campo o que viu foi dois tempos totalmente diferentes. No primeiro a supremacia colorada, já no segundo a raça tricolor. Dois técnicos perfeitos, tanto Everton Goiano como Éder Taques souberam dar o tempero especial para a partida.

Bola rolando, torcida cantando e gol surgindo. O 1 a 0 saiu do placar com o petardo de Waldir Papel que não deu chances para o ótimo goleiro Cleberson e fez pipocar o caldeirão do Luthero.

A torcida colorada pode vibrar mais uma vez com o lateral direito Leonardy que fez o segundo gol unionino. Logo depois o caldeirão vibrou com o terceiro gol do União marcado novamente com Waldir Papel.

Após o fim do primeiro tempo, jogadores do Operário não acreditavam no que estava acontecendo. A festa colorada estava linda, mas a euforia foi contida com o técnico Everton Goiano dizendo que não tinha nada decidido

O treinador estava coberto de razão e o chicote da fronteira veio demolidor para a segunda etapa. A equipe de Várzea Grande conseguiu diminuir o jogo com Adriano Paulista cobrando pênalti.

O clima de festa que a torcida do União fazia virou desespero após o segundo gol marcado por Adriano Paulista.  Para o Operário o tempo voava, já o União via passar lentamente. As unhas já não existiam e os olhos não piscavam.

Quando Jamil Rodrigues de Souza apitou para o centro de campo, expludiu a massa colorada e o grito de campeão engasgado há 36 anos podem ser solto. Era o fim de um longo tabu onde o vermelhinho de Rondonópolis bateu na porta nove vezes. Agora o União pode gritar para todos que é Campeão Mato-grossense de 2010.


*Valtenir Pereira é defensor público licenciado e deputado federal por Mato Grosso



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