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O Rally Desnecessário
O “estradeiro”, para quem não sabe, servia para o governo “detectar” as deficiências estruturais no interior de Mato Grosso. Cada vez que uma de suas etapas era realizada, havia toda uma campanha propagandística. Supervalorizava desse modo, sua importância, bem como a atenção do gestor às necessidades do mato-grossense, enraizado nas mais variadas regiões do Estado. Daí a formação das caravanas, capitaneadas pelo chefe da administração pública.
O efeito do marketing, entretanto, foi maior que os resultados práticos. Quase nada se viu de concreto. Aliás, de concreto mesmo até o asfaltamento parece ser de péssima qualidade. O da rodovia que liga a Capital a Tangará da Serra cabe, aqui, como exemplo. O seu pior trecho é o que liga Barra dos Bugres a Nova Olímpia, cujos buracos obrigam os motoristas a fazerem verdadeiras ginásticas, além, é claro, de testar-lhes a paciência. Malabarismo que aumenta o tempo da viagem, pois o percurso a ser percorrido torna-se maior do que de fato o é.
Quadro que igualmente se repete em outras rodovias, tal como a que sai da Capital e vai até Mirassol do Oeste. Passar por ela, obviamente, exige destreza e cuidados maiores de quem se encontram à frente do volante. As dificuldades são tantas que levam as pessoas a se verem em verdadeiro rally.
Rally inapropriado e fora de lugar. Isso porque essas estradas foram construídas e asfaltadas para facilitarem o tráfego e o escoamento da produção de suas regiões. Porém, a falta de cuidado do governante, assim como a péssima qualidade do asfalto, ao contrário de proporcionar tão somente vantagens, leva a uma série de dissabores. O que contribui, em muito, com o número de acidentes registrados por elas.
Retrato distinto do que se tem lá pelo Nortão, onde, dizem alguns mais apressados, o ex-governador “tem interesses empresariais”. Isso, pelo seu turno, “explica o porquê as vias que cortam essa dita região se apresentam em melhor estado”, acrescentam.
Boato que corre solto e, certamente por isso, se alastra pela Grande Cuiabá. Nada se tem para contrapor ao referido boato. Até mesmo os depoimentos a respeito não são de todo confiáveis, uma vez que são norteados pela ótica de torcedor, a exemplo de quem se diz “curtir uma estrada com asfalto lisinho”, daí “com chuva ou com sol ficou muito seguro rodar pela rodovia MT-480”. Torcer, nesse caso, não contribui para a análise, tampouco ajuda no olhar crítico sobre o desenho feito pelas MTs, independentemente da região por elas cortadas, seja Sul ou Norte, Leste ou Oeste. O resultado não muda muita coisa. As reclamações tanto podem ser notadas com relação a MT – 130, quanto a respeito das 220, 226, 208 e 419. Existem trechos comprometedores em cada uma delas.
Avaliar as ações dos governantes é imprescindível. Isso cabe em todas as épocas. Não apenas em ano eleitoral. Mas, sobretudo, nesse, com o fim de impedir que as peças de propaganda se transformem em verdades, ou seja, usadas para encobrir os desacertos cometidos. Erros que ultrapassam o limite suportável. Pois vidas são perdidas ao longo das estradas.
Tem-se, então, a necessidade de um “estradeiro”. Não o que se viu até agora. Mas o “estradeiro” realizado por analistas, desacompanhados das cores partidárias e da influência do marketing oficial.
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.
O efeito do marketing, entretanto, foi maior que os resultados práticos. Quase nada se viu de concreto. Aliás, de concreto mesmo até o asfaltamento parece ser de péssima qualidade. O da rodovia que liga a Capital a Tangará da Serra cabe, aqui, como exemplo. O seu pior trecho é o que liga Barra dos Bugres a Nova Olímpia, cujos buracos obrigam os motoristas a fazerem verdadeiras ginásticas, além, é claro, de testar-lhes a paciência. Malabarismo que aumenta o tempo da viagem, pois o percurso a ser percorrido torna-se maior do que de fato o é.
Quadro que igualmente se repete em outras rodovias, tal como a que sai da Capital e vai até Mirassol do Oeste. Passar por ela, obviamente, exige destreza e cuidados maiores de quem se encontram à frente do volante. As dificuldades são tantas que levam as pessoas a se verem em verdadeiro rally.
Rally inapropriado e fora de lugar. Isso porque essas estradas foram construídas e asfaltadas para facilitarem o tráfego e o escoamento da produção de suas regiões. Porém, a falta de cuidado do governante, assim como a péssima qualidade do asfalto, ao contrário de proporcionar tão somente vantagens, leva a uma série de dissabores. O que contribui, em muito, com o número de acidentes registrados por elas.
Retrato distinto do que se tem lá pelo Nortão, onde, dizem alguns mais apressados, o ex-governador “tem interesses empresariais”. Isso, pelo seu turno, “explica o porquê as vias que cortam essa dita região se apresentam em melhor estado”, acrescentam.
Boato que corre solto e, certamente por isso, se alastra pela Grande Cuiabá. Nada se tem para contrapor ao referido boato. Até mesmo os depoimentos a respeito não são de todo confiáveis, uma vez que são norteados pela ótica de torcedor, a exemplo de quem se diz “curtir uma estrada com asfalto lisinho”, daí “com chuva ou com sol ficou muito seguro rodar pela rodovia MT-480”. Torcer, nesse caso, não contribui para a análise, tampouco ajuda no olhar crítico sobre o desenho feito pelas MTs, independentemente da região por elas cortadas, seja Sul ou Norte, Leste ou Oeste. O resultado não muda muita coisa. As reclamações tanto podem ser notadas com relação a MT – 130, quanto a respeito das 220, 226, 208 e 419. Existem trechos comprometedores em cada uma delas.
Avaliar as ações dos governantes é imprescindível. Isso cabe em todas as épocas. Não apenas em ano eleitoral. Mas, sobretudo, nesse, com o fim de impedir que as peças de propaganda se transformem em verdades, ou seja, usadas para encobrir os desacertos cometidos. Erros que ultrapassam o limite suportável. Pois vidas são perdidas ao longo das estradas.
Tem-se, então, a necessidade de um “estradeiro”. Não o que se viu até agora. Mas o “estradeiro” realizado por analistas, desacompanhados das cores partidárias e da influência do marketing oficial.
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.
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